Luiz Inácio Lula da Silva passou a primeira noite em casa, no alto de Pinheiros, depois de receber alta do hospital Sírio-Libanês, onde ficou internado por seis dias para uma cirurgia de emergência e um procedimento invasivo na cabeça.
ANÚNCIO
Ele está acompanhado de uma equipe médica e assim será pelo menos até quinta (19), quando ele faz novos exames de imagem para ver se está liberado para voltar a Brasília. Até lá, o presidente tem muito a fazer. Ele tem cinco dias para articular, à distância, a aprovação para tentar garantir a aprovação do pacote de corte de gastos e a regulamentação da reforma tributária no Congresso. É que o recesso parlamentar começa na próxima segunda-feira (23).
Lula deve conversar por telefone com ministros e articuladores do governo em Brasília para tentar garantir a aprovação. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) se reúne nesta segunda (16) com outros ministros e líderes do governo no Parlamento para discutir a tramitação dos projetos. Antes, terá um encontro pessoal com Lula em São Paulo, na casa do presidente.
O texto que detalha as regras para a cobrança dos três novos impostos sobre consumo foi aprovado pelo Senado na semana passada e voltou para a Câmara porque sofreu mudanças.
Leia mais:
Lula admite susto com gravidade do seu quadro, mas diz que agora está ‘’tranquilo’'
Haddad anuncia isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil
ANÚNCIO
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária vão tentar fechar o texto nesta segunda-feira (16). O presidente Lula disse que vai conversar com o ministro Fernando Haddad sobre as alterações feitas no projeto, que podem elevar a carga tributária.
Em entrevista ao Fantástico, Lula defendeu a aprovação do pacote de redução de despesas; criticou a desconfiança do mercado com o ajuste fiscal; e atacou aumento da taxa de juros.
Alta
Na coletiva em que os médicos anunciaram a liberação hospitalar, domingo (15), o presidente apareceu de chapéu, para cobrir os curativos, e fez um breve relato das circunstâncias do acidente e do tratamento.
Depois, em uma entrevista ao Fantástico, ainda no hospital, Lula falou sobre os momentos de apreensão e a volta ao trabalho nos próximos dias. O presidente relatou que começou a sentir os primeiros sintomas na cabeça ainda no domingo, que pioraram no dia seguinte durante a reunião com os presidentes da Câmara e do Senado sobre as emendas parlamentares.
O presidente Lula contou que, quando caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro, bateu a cabeça na hidromassagem. Sobre a hemorragia intracraniana, o petista afirmou ter percebido a gravidade do quadro clínico depois de ter passado pelos primeiros exames de imagem, ainda em Brasília. O médico particular de Lula, o cardiologista Roberto Kalil Filho, confirmou que o presidente correu risco de morte.
Na entrevista ao Fantástico, Lula continuou usando o chapéu, mas mostrou os curativos que cobrem os três furos na cabeça.
O presidente reafirmou que está bem, mas vai passar as festas de fim de ano em casa.