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Preferência pela democracia cai dez pontos em dois anos, segundo o Datafolha

Ditadura é aceitável para 8%, e 17% são indiferentes; para 52%, não há risco de retrocesso democrático

Ampla maioria ainda prefere a democracia Agência Senado (Jonas Pereira/Jonas Pereira/Agência Senado)

Não corremos o risco de um apoio popular maciço a um regime ditatorial, mas o apoio à democracia, que continua amplo entre o brasileiro, caiu dez pontos percentuais em dois anos, segundo o Datafolha. Em 2022, o apoio ao regime era de 79%; agora, é de 69%.

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O índice de 2022 foi o mais alto da série histórica iniciada em 1989, ano da primeira eleição presidencial direta depois do fim da ditadura (1964 – 1985). Naquele ano, 5% afirmavam que um regime ditatorial é aceitável sob certas circunstâncias, número que agora é de 8%. Já aqueles que se posicionam como indiferentes à forma de governo subiram de 11% para 17% —o topo na série foi em junho de 2000, com 29%.

Até aqui, o recorde de apoio à opção ditatorial havia ocorrido em setembro de 1992, em meio à turbulência gerada pela renúncia de Fernando Collor. Com a democracia ainda em teste, houve a associação entre o fracasso do governo com o de sua forma para essa expressiva fatia da sociedade.

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Os níveis mais altos entre os que apoiam a democracia se estabilizaram durante os anos de Jair Bolsonaro (PL), que apoia o golpe de1964 e que está indiciado sob acusação de tentar ele mesmo um em 2022, para ficar no poder, após perder nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Datafolha também quis saber se o brasileiro acredita na chance da volta da ditadura. Para 52%, não há essa possibilidade, enquanto 21% creem haver uma pequena margem para isso e 21%, uma grande possibilidade.

Os índices são similares ao do levantamento mais recente, de março deste ano. Por outro lado, o levantamento mostra que uma grande maioria de 68% acredita que houve risco de golpe no momento que está sendo apurado pela PF, os meses entre a derrota de Bolsonaro para Lula no segundo turno de 2022 e a posse do petista para o terceiro mandato.

Para 43%, o risco foi grande, enquanto 17% viram um perigo médio e 8%, pequeno. Já 25% não acreditam que tenha havido a possibilidade e 7%, não souberam responder.

Não souberam dizer o que pensam nesta pesquisa, realizada nos dias 12 e 13 de dezembro com 2.002 eleitores em 113 municípios, 6% dos ouvidos. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

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