“Temos uma decisão judicial, né, para que a prefeitura [de Goiânia] cumpra o serviço de homecare pra gente em um prazo de cinco dias, sob pena de multa e penhora no valor do serviço nas contas da prefeitura. Agora acho que as coisas vão andar, não é possível. Mas vamos ter fé em Deus que tudo vai dar certo”, disse Sergio Alves, padrasto de Thais, em postagem feita nas redes sociais na segunda-feira (23).
Em novembro de 2023, uma decisão judicial determinou que a administração municipal incluísse Thais nos serviços da Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD), com atendimento nas áreas de fisioterapia e enfermagem, além do serviço de transporte para consultas ou tratamentos em unidades de saúde.
Porém, a prefeitura alegou que a jovem não se enquadrava nos requisitos e não cumpriu a medida. A administração destacou que ofereceu acompanhamento domiciliar por meio visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas os parentes da jovem não aceitaram.
No último dia 16 de setembro, a família apresentou um recurso à Justiça Federal, para que a prefeitura fosse obrigada a fornecer o homecare. Agora, obteve a decisão favorável. “Obrigada a todos que torcem e oram pela saúde da Thais, sou eternamente grata a cada um de vocês”, escreveram os parentes nas redes sociais.
Em nota enviada ao Metro World News, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclareceu “que o Sistema Único de Saúde (SUS) não reconhece nenhuma política pública de Home Care. Goiânia custeia, com recursos próprios, um serviço para pacientes que saem da UTI, vão para casa, e precisam de respiradores, ou seja, não conseguem respirar sozinhos, o que não é o caso da paciente em questão. Portanto, ela não se enquadra nos critérios de atendimento do serviço municipal e, por isso, o município recorreu da decisão”.
A pasta destacou, ainda, “que a decisão judicial existente é para que seja fornecida à paciente atenção domiciliar na modalidade AD2, que são visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas a modalidade não foi aceita pela família. A paciente já é assistida por esse serviço por uma equipe multidisciplinar do Crer”.
Por fim, a secretaria reiterou “que não há como disponibilizar profissional de enfermagem 24 horas, uma vez que a paciente não atende aos critérios do serviço que se destina à pacientes que necessitam de respiradores”.
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Reação à pimenta
Ao chegar no hospital, a jovem sofreu uma parada cardiorrespiratória, quando ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Assim, ela foi sedada e intubada para evitar danos cerebrais. Depois, foi transferida para a Santa Casa de Anápolis, onde ficou na UTI.
Depois, foi transferida para um quarto, onde seguiu sua recuperação. No entanto, o diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, ressaltou que o quadro dela era delicado.
Os médicos acreditam que a jovem sofreu uma crise de grave de asma ao cheirar a pimenta e, por conta da baixa circulação de oxigênio no cérebro, teve danos neurológicos. O condimento teria sido o gatilho.
A mãe da jovem havia dito que a filha sofria com bronquite desde que ficou grávida, mas ninguém sabia que ela poderia ter alguma reação à pimenta.
Desde o episódio, Thais teve várias idas e vindas ao hospital, sendo só em Unidades de Terapia Intensiva foram mais de 90 dias de internação.