As buscas feitas por mergulhadores por 14 pessoas desaparecidas após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Aguiarnópolis, no Tocantins, e de Estreito, no Maranhão, seguem suspensas por conta da suspeita de contaminação da água. Dois caminhões que transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas caíram no rio e, como os produtos são tóxicos e corrosivos, há riscos. As equipes seguem fazendo uma varredura com botes, sendo que o número de mortos subiu para três.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) faz a análise da água para confirmar se o rio foi ou não contaminado.
O órgão destacou que “está atuando para coleta de amostras de qualidade da água do rio Tocantins em cinco pontos desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito (TO/MA) até o município de Imperatriz (MA), o qual fica a jusante (rio abaixo) do ponto do desabamento”.
A ANA também orientou que os estados do Tocantins e Maranhão suspendam, por enquanto, a captação das águas do rio para evitar riscos.
A queda da ponte ocorreu na tarde do último domingo (22), quando veículos que passavam pelo local, sendo que três carretas, três motos e dois carros de passeio caíram no rio. Três pessoas morreram e 14 seguem desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros do Maranhão.
LEIA TAMBÉM:
De acordo com a Defesa Civil de Estreito, no Maranhão, as vítimas fatais são uma jovem de 25 anos e um homem de 42 que estavam em motocicletas. A terceira vítima fatal é uma menina de 11 anos, que estava em um dos caminhões que caiu no rio.
O vereador Elias Junior (Republicanos), de Aguiarnópolis, fazia uma gravação denunciando as péssimas condições da ponte, quando ela ruiu. “Essa ponte tem mais de 60 anos e a gente sempre apontando essa estrutura precária. Fomos lá hoje para cobrar os órgãos competentes”, disse ele.
Investigação
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) disse que o vão central, que representa uma área de 533 metros de extensão, cedeu. O órgão vai apurar as circunstâncias do incidente.
Conforme o colunista Tácio Lorran, do “Metrópoles”, um documento do DNIT, expedido em janeiro de 2020, já apontava “vibrações excessivas” da Ponte Juscelino Kubistchek.
Na ocasião, a análise também identificou danificações no balanço lateral da ponte e irregularidades na geometria das lâminas, sendo que os pilares achatados que sustentavam a estrutura estavam tortos, o que era possível ver a olho nu. Além disso, expôs que as armaduras (ferragens) se encontravam expostas e corroídas. Havia fissuras em todos os pilares.
O documento foi anexados a um edital de R$ 13 milhões lançado pelo DNIT, em maio deste ano, para a contratação de empresa para a revitalização da ponte. Porém, a licitação foi fracassada, sem que nenhuma empresa tenha vencido.