A Corregedoria-Geral Polícia Rodoviária Federal (PRF) afastou os agentes que atiraram no carro em que seguia a jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, na véspera de Natal. A vítima estava com outros familiares e o pai dela, Alexandre de Silva Rangel, de 53, que também foi atingido na mão. Ela passou por uma cirurgia e tem quadro de saúde considerado gravíssimo.
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Em nota, a PRF lamentou o caso e explicou que os policiais rodoviários envolvidos no caso seguirão afastados das atividades operacionais. “Na manhã desta quarta-feira (25), a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.
“A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”, disse a corporação.
O carro da família e a viatura da PRF foram encaminhadas para perícia, sendo que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da ocorrência e apreendeu as armas dos agentes. Os parentes de Juliana, incluindo o pai, já prestaram depoimentos.
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Entenda o caso
A família saía de Belford Roxo e seguia para uma confraternização de Natal em Niterói, na noite de terça-feira (24), quando o carro foi alvejado pelos tiros na rodovia. Também seguiam no veículo a esposa de Alexandre, outro filho, de 18 anos, e a namorada do jovem, de 16. Segundo o pai, todos deitaram no chão e tentaram se proteger, mas Juliana acabou sendo atingida pelo tiro na nuca.
A jovem foi socorrida e levada ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde passou por uma cirurgia durante a madrugada desta quarta-feira (25). Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, ela segue em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o estado de saúde é considerado gravíssimo.
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Alexandre, que foi ferido na mão, recebeu atendimento médico e foi liberado. Ele estava no local dos tiros nesta manhã, enquanto o carro dele e a viatura da PRF eram levados para perícia, e estava revoltado e emocionado ao falar sobre o caso.
“Na hora, eu pensei que ia morrer. Quando eu vi os estilhaços no vidro eu falei que isso é tiro. Mas eu nunca poderia imaginar que um carro da Polícia Rodoviária Federal estivesse atirando em mim, sem fazer abordagem, sem mandar encostar, nem nada”, lamentou o pai.
“Eles perguntaram o motivo de eu ter atirado neles, mas nem arma eu tenho. Como eu poderia ter atirado?”, ressaltou Alexandre.