O martelo foi batido. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), definiu, quinta-feira (26), que vai aumentar o valor da tarifa de ônibus. O valor cobrado a partir de 6 de janeiro será de R$ 5. A proposta de aumento foi criticada durante reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte mais cedo.
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A atualização será de 13,6% e a prefeitura afirmou que o valor é abaixo da inflação acumulada desde a última mudança, em janeiro de 2020. “Caso a tarifa considerasse a recomposição da inflação, passaria dos R$ 4,40 para no mínimo R$ 5,84″, informou a administração municipal em nota. O prazo para recarregar bilhete único com valor sem reajuste é até o domingo (5).
O novo valor será encaminhado à Câmara Municipal de São Paulo, seguindo o trâmite legal. A prefeitura de São Paulo informou ainda que as gratuidades existentes estão mantidas, bem como a integração entre até quatro ônibus em um período de três horas.
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Mais cedo, em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, houve o anúncio de projeção de aumento para a tarifa de ônibus em São Paulo. Segundo a superintendente da SPTrans, Andréa Compri, a hipótese mínima era de R$ 5, com reajuste de 13,6%, e a hipótese máxima de R$ 5,20, com reajuste de 18,2%.
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O custo do sistema aumentou, diz a SPTrans. Além disso, alega que houve redução de passageiros pagantes. Em 2019, eram 52% de pagantes, 23% de gratuidades e 25% de integração entre ônibus sem acréscimo tarifário. Em 2024, os passageiros pagantes equivalem a 50%, as gratuidades chegam a 28% e os ônibus sem acréscimo tarifário chegam a 22%. Há ainda o ‘domingão de tarifa zero’.
Também houve queda no número total de passageiros. Dados da SPTrans mostram que, em 2016, eram 9,65 milhões de passageiros por dia útil. Em 2024, foram 7,13 milhões.
Durante a campanha, Nunes foi questionado se manteria o valor da tarifa, mas se esquivou de responder. “Falar que vou manter sem aumento à frente, não posso garantir, porque tem inflação. E se tiver uma explosão no preço de diesel? Vou ficar como mentiroso?”, disse. Os opositores de Nunes afirmaram nos últimos anos que a medida era eleitoreira e que o anúncio da tarifa zero aos domingos seria uma tentativa de emplacar uma bandeira da sua gestão.
Então candidato à reeleição, Nunes disse que, ao final deste ano, faria uma análise para ver se os R$ 4,40 da passagem se manteriam. “Vamos fazer uma avaliação do dissídio, do aumento do diesel e da arrecadação para definir a questão da tarifa. Sou o único prefeito que manteve a tarifa por quatro anos sem correção e sem abrir mão da responsabilidade fiscal”, afirmou à época. Ele se reelegeu.