Arsênio é identificado em sangue de pessoas que comeram bolo; saiba quem eram as vítimas fatais

Exames feitos no sangue de três pessoas que passaram mal após comerem um bolo, na cidade de Torres, no Rio Grande do Sul, apontaram a presença de arsênio, uma substância tóxica que pode matar. De acordo com a Polícia Civil, foram analisados o sangue da mulher que fez o bolo, de uma criança de 10 anos, sendo que ambos seguem internados com quadro estável, e também de Neusa Denise da Silva dos Anjos, de 65, que morreu.

“O próprio hospital levou o material para o Centro de Informação Toxicológico. Nesse centro, foi constatado arsênio no sangue de duas vítimas que sobreviveram, que estão no hospital ainda, e de uma mulher que morreu, a dona Neuza”, explicou o delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pelo caso, em entrevista à RBS TV.

O arsênio é um elemento químico considerado impróprio para consumo humano, pois pode levar a problemas cardiovasculares, de rins e fígados e, dependendo da quantidade, gera intoxicação crônica e até morte. A venda é restrita a laboratórios que produzem pesticidas.

Conforme o investigador, a mulher que fez o bolo foi a única que comeu duas fatias, então, a concentração de arsênio no sangue dela era maior. Apesar da identificação do produto tóxico, a polícia ainda apura se o caso se trata de envenenamento ou intoxicação alimentar.

Além disso, a Polícia Civil descobriu que o marido dessa mulher que fez o bolo faleceu em setembro passado, com quadro de intoxicação alimentar. Na época, o caso não chegou a ser investigado, pois foi considerado como morte natural.

Agora, no entanto, o delegado disse que se trata de uma morte suspeita e vai pedir a exumação. “Como tivemos ciência hoje desse fato, instauramos um inquérito policial e vamos exumar o corpo deste senhor para verificar se houve envenenamento também”, explicou Veloso.

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Quem são as três vítimas fatais

Os familiares se reuniram para um café da tarde em uma casa na última segunda-feira (23). Conforme a polícia, no total, sete pessoas estavam no local, mas uma delas não comeu do bolo. As outras seis começaram a passar mal e precisaram ser levadas ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres.

Além de Neusa, que faleceu na terça-feira (24) por “choque pós-intoxicação alimentar”, também morreram mais duas mulheres após consumirem o bolo.

Primeiro foi Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, que não resistiu e morreu na segunda-feira (23). Na manhã seguinte foi a vez da irmã dela, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, que também faleceu. Ambas sofreram paradas cardiorrespiratórias e não resistiram.

O marido de Maida também comeu o bolo e foi ao hospital, mas já teve alta. Eles estavam reunidos para um café da tarde quando começaram a se sentir mal.