Condenados pela morte da menina Isabella, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá atualmente cumprem suas penas em regime aberto. Apesar de muitas especulações se eles seguem juntos ou não, o casal obteve autorização para curtir férias com a família no Guarujá, no litoral de São Paulo. Assim, os ex-detentos passarão o Réveillon no Condomínio Acapulco, um dos mais luxuosos da região.
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Inicialmente, Alexandre foi quem pediu à Justiça uma liberação para que passasse férias no litoral paulista. A defesa dele alegou que faz parte da ressocialização que ele possa “estabelecer um convívio mais próximo dos filhos”. A solicitação foi analisada pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, que liberou que o ex-detento passe férias entre os dias 23 de dezembro a 3 de fevereiro no Guarujá.
Logo depois foi a vez de Anna Jatobá, que cumpre pena em regime aberto desde junho do ano passado, obter a medida favorável. A decisão que a liberou para passar férias no litoral paulista cita o mesmo endereço de Alexandre, ou seja, eles curtirão a festa de Ano Novo juntos.
As defesas do casal não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Ao saber das autorizações judiciais, Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, demonstrou indignação. “É inegável meu sentimento de indignação e de revolta em relação a isso. São pessoas preocupadas com a liberdade deles enquanto eu mais um Natal sem minha filha. Parece que essas datas comemorativas se tornam piores. A dor cicatriza, mas a memória é latente”, disse Ana Carolina, em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes.
“Eu fico indignada. Eu vejo que eles [condenados] têm mais benefícios que nós. Podem ir aonde querem, por que não tem uma Justiça que nega um pedido desse. Isso indigna uma sociedade também”, ressaltou a mãe de Isabella, que foi eleita vereadora na capital paulista.
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Apesar de Alexandre garantir que ele e Anna Jatobá seguem firmes no casamento, eles não dividem o mesmo teto. Atualmente, ele reside na mansão do pai situada no bairro de Tucuruvi, onde passa os momentos de folga e finais de semana.
Enquanto isso, a ex-detenta e os dois filhos do casal moram em um apartamento no bairro de Santana. Esse imóvel foi um presente do sogro, Antonio Nardoni, para a condenada, para que ela pudesse retomar a vida após obter a progressão para o regime aberto.
Em março deste ano, quando Alexandre ainda estava em regime semiaberto, o casal obteve uma autorização judicial e pôde comparecer a um casamento, como padrinho, na Zona Norte de São Paulo.
Vida fora da cadeia
Alexandre, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha, cumpre pena em regime aberto desde maio deste ano, quando obteve a progressão de pena por apresentar “bom comportamento” e ser aprovado em exames psicológicos. Após deixar a penitenciária de Tremembé, no interior paulista, ele informou à Justiça que presta serviços para a construtora do pai, com remuneração mensal de R$ 2,5 mil.
Conforme o site “Metrópoles”, o homem abriu uma microempresa individual (MEI) e assumiu a função de promotor e vendas de imóveis na Marc Empreendimentos e Participações Ltda, com sede na Rua Doutor César, bairro de Santana. Ele trabalha em formato híbrido, sendo presencial e remoto, com direito à chamada “short friday”, que configura no expediente mais curto às sextas-feiras.
O contrato apresentado destaca que o ex-detento vai atuar na venda de apartamento novos e usados, além de realizar a “supervisão e acompanhamento de obras novas ou já finalizadas” para “eventuais correções e reparos”.
Ainda no contrato, Anna Carolina Jatobá, sentenciada a 26 anos e oito meses pela morte da enteada, consta como testemunha do acordo de trabalho.
Morte de Isabella
Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento que ficava no sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008, segundo a Justiça.
Inicialmente eles alegaram que foi uma queda acidental, mas a investigação apurou que a criança apresentava marcas de que tinha sido agredida e morta antes de ser arremessada.
O Ministério Público destacou durante o julgamento do casal que as provas periciais obtidas pela Polícia Civil não deixavam dúvidas sobre a autoria do assassinato.
A acusação destacou que a madrasta esganou Isabella e, em seguida, o casal cortou a tela de proteção da janela e o pai jogou o corpo da criança.