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Menina de 11 anos ataca vizinha negra em condomínio de SP: “Pretos são ridículos e deviam todos morrer”

O caso de racismo é investigado pelo 19º Distrito Policial (Vila Maria).

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Menina de 11 anos ataca vizinha negra em condomínio de SP: “Pretos são ridículos e deviam todos morrer” (Reprodução/Pexels)

Uma menina de 11 anos gravou vídeos com ofensas racistas, gordofóbicas, misóginas e xenofóbicas direcionadas a uma vizinha negra de 12 anos. O caso, relatado pelo Metrópoles, ocorreu em um condomínio na zona norte de São Paulo, onde a suposta agressora, filha do síndico, usou um grupo de WhatsApp infantil para divulgar os ataques.

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Entre os comentários, a menina afirmou que pessoas negras são “burras” e justificou a escravidão com base em argumentos racistas. Em outro momento, insinuou que esfolar a pele da vítima a tornaria mais clara e “bonita”. Conforme o artigo, a menina ainda insultou a mãe da vizinha e proferiu ofensas xenofóbicas contra bolivianos, além de ataques gordofóbicos.

A mãe da vítima tomou conhecimento do caso em 18 de dezembro, por meio de outra moradora, e tentou dialogar com o síndico, pai da agressora. No entanto, ele reagiu de forma ríspida e só se desculpou posteriormente, em áudio. A família da vítima registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte, marcando o início da investigação policial.

Reincidência e ambiente tóxico

Segundo o pai da vítima, a menina agressora já protagonizou outros episódios de preconceito no condomínio, ofendendo um porteiro e uma ex-moradora árabe, a quem disse “procurar macho no seu país”. Ele também afirmou que a garota utiliza o fato de ser filha do síndico como justificativa para agir sem consequências.

O síndico, em resposta à repercussão, afirmou em um grupo de moradores que está “arrasado” com o comportamento da filha e que não compactua com as atitudes dela. “Falhamos em algum momento”, disse ele, destacando que a família busca corrigir a situação.

A família da vítima relatou que a menina de 12 anos está emocionalmente abalada, evitando descer para as áreas comuns do condomínio e apresentando sinais de tristeza profunda. “[Apresentou] até um sintoma no início de depressão”, afirmou o advogado da família, Diego Moreiras, ao Metrópoles.

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Investigação

O caso também chocou moradores do condomínio. Segundo o advogado, a naturalidade com que a menina proferiu os insultos sugere um ambiente familiar que reforça preconceitos. Ele diz se tratar de um comportamento ensinado ou incentivado de alguma forma.

Como a agressora tem menos de 12 anos, não pode ser responsabilizada criminalmente, mas os pais poderão responder civilmente por danos morais. O Conselho Tutelar será acionado para avaliar o ambiente familiar e aplicar medidas protetivas, como orientação psicológica e programas de conscientização.

Caso seja comprovado que os pais foram negligentes ou incentivaram o comportamento, poderão ser investigados criminalmente por omissão.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o 19º Distrito Policial (Vila Maria) está conduzindo a investigação por injúria racial. Os responsáveis pelas crianças envolvidas serão ouvidos nos próximos dias.

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