Dois meses após a execução de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, um relatório da Polícia Federal mostra que antes de ser morto o empresário já era ameaçado. Um homem que se identifica como “Tacitus” afirma, você será decretado, ou seja, condenado a morte, por escolhas erradas. Ele ainda ameaça a família do delator.
ANÚNCIO
A sentença de morte, segundo o texto de “Tacitus”, é por que a delação ajudou a polícia a chegar até as casas cofres do PCC, na Zona Leste de São Paulo. Os locais são imóveis utilizados para esconder dinheiro, armas e drogas do crime. O delator, conforme apurado pela PF, foi ameaçado por dois policiais civis e acabou entregando 15 esconderijos do PCC, o que teria causado um prejuízo de R$ 90 milhões à facção.
“Tacitus” se refere a duas casas cofre que supostamente tiveram R$ 6 milhões roubados por dois investigadores que estão presos desde setembro do ano passado.
Leia mais:
“Podem preparar o testamento”: familiares de Gritzbach são ameaçados pelo PCC
Caso Gritzbach: quem mandou matar o empresário que delatou PCC e a polícia?
A polícia ainda não conseguiu chegar até a identidade da pessoa que se identifica como “Tacitus”. A suspeita é de que seja um integrante do PCC e que tenha ligação com o assassinato do empresário. Todo o material colhido no inquérito é analisado como cautela. Algumas mensagens são duvidosas, mas outras detalham a atuação do delator e policiais civis paulista.
ANÚNCIO
O relatório de mais de 680 páginas ainda apresenta uma análise de vazamentos de informações da polícia sobre a identificação dos suspeitos de participarem da execução no aeroporto. Para a PF, esse vazamento seria uma forma de desviar o foco dos trabalhos.
Os agentes detidos prestaram depoimento à Polícia Federal na terça-feira (7). A expectativa era de que o conteúdo das oitivas trouxesse mais embasamento à apuração do caso. A Secretaria de Segurança Pública diz que colabora com o trabalho da PF e que investiga o crime com uma força tarefa. Nenhuma informação foi divulgada sobre o resultado do interrogatório.