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Passageira que agrediu motorista da Uber e viralizou é convocada a depor

Caso aconteceu em Salvador em dezembro e repercutiu nas redes sociais na terça-feira (7)

Reprodução
Mulher partiu para cima do motorista Reprodução

A médica que agrediu um motorista da Uber em Salvador foi intimada a prestar depoimento na Polícia Civil. Ela recebeu a convocação nesta quarta-feira (8) após o motorista, Luan Felipe de Araújo, depor na 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas). O caso ocorreu no dia 26 de dezembro, mas repercutiu na terça (7) com a divulgação do vídeo que mostra as agressões. As imagens foram gravadas pelo própria vítima.

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Na filmagem, a médica Fedra Emanuela Aquino Barreto desfere tapas no homem e o chama de “imbecil” repetidas vezes porque ele se recusou a entrar em um condomínio no bairro Horto Florestal, área nobre da capital baiana.

Luan Felipe disse que prestou queixa no mesmo dia. A Polícia Civil instaurou uma investigação e colheu o relato formal dele nesta quarta.

“Assim que a gente ouviu o Luan, a gente expediu uma intimação pra que essa pessoa compareça pra poder prestar também esclarecimentos, a versão dos fatos sobre a ótica dessa pessoa”, disse o delegado Ramon Costa em entrevista à TV Bahia. A unidade policial manteve a data do depoimento de Fedra em sigilo.

O motorista move duas ações contra a médica. De acordo com o advogado dele, Josenor Costa, um processo é por injúria, na vara criminal, e o outro por danos morais, na vara cível.

Frada Emanuela é médica clínica, registrada desde 1994 no Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA) e é especialista em gastroenterologia. O Cremeb-BA informou que a médica responde por seus atos da vida civil nas instâncias competentes.

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O órgão afirmou que fiscaliza o exercício da medicina e julga eventuais desvios dentro do exercício profissional dos médicos da sua jurisdição. No entanto, lamentou os fatos e disse que espera que o processo legal seja obedecido.

O motorista Luan Felipe contou que aceitou a corrida de Freda Emanuela pela Uber, no início da manhã do dia 26 de dezembro. Ele pegou a passageira no bairro do Canela e a levou à Rua Waldemar Falcão, no Horto Florestal. Ao chegar no ponto de destino, em frente a um condomínio, o motorista e a passageira começaram a discutir porque ela exigia que ele entrasse no local.

Segundo ele, ela pediu pra entrar no condomínio de uma forma agressiva, foi mal educada como se eu tivesse obrigação. O motorista afirmou que decidiu começar a gravar a conversa ao perceber que a mulher estava exaltada, proferindo insultos a ele. O vídeo mostra o momento em que ela o xinga, avança para a frente do carro e bate no homem.

O motorista avisou que já estava com outra corrida em espera e, então, a mulher começou a gritar: “Não, eu não desço porque eu tenho medo de descer, eu estou cheia de joia. Por favor, entre! O senhor vai entrar sim porque eu não vou ficar na rua”.

Ela tentou tomar o controle do volante e desferiu diversos tapas no rosto e no braço de Luan Felipe enquanto repetia: “você vai entrar sim, imbecil, imbecil, imbecil”. Depois disso, o motorista avisou que ela iria sair do carro imediatamente. Foi aí que os dois saíram do veículo e é possível ouvi-lo dizer que “está gravado”.

Apesar das agressões, Luan demonstrou calma durante o vídeo. Ele trabalha como motorista por aplicativo há cerca de um ano e meio e nunca tinha enfrentado situação semelhante. Disse que um pouco mais à frente do endereço há uma farmácia. Ali, parou para “espairecer porque a ficha só cai depois do ocorrido”. Contou que ficou sem trabalhar o resto do dia 26 e só voltou no dia 28.

O trabalhador disse que logo entrou em contato com um advogado, prestou queixa contra a passageira e acionou o suporte da Uber. A plataforma se desculpou pela situação, apagou a avaliação negativa feita pela mulher e informou a ele que iria bloqueá-la.

A Polícia Civil confirmou o registro da ocorrência na 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas). A unidade trata o caso como injúria e vai colher depoimentos para esclarecer os detalhes do caso.

A assessoria de comunicação da Uber lamentou a situação e ressaltou que “considera inaceitável o uso de violência”. A conta da usuária foi banida da plataforma.

Além disso, a Uber informou que conta com um canal de suporte psicológico, desenvolvido em parceria com o movimento MeToo, que foi disponibilizado ao motorista. A empresa acrescentou que está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.

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