Apenas um dos 12 policiais militares que foram afastados após as agressões cometidas contra a supervisora de vendas Lenilda Messias Santos Lima, 63 anos, em Barueri, na Grande São Paulo, em dezembro passado, segue afastado. Todos os demais retornaram aos seus postos de trabalho, segundo confirmou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
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De acordo com a pasta, o policial militar que permanece afastado está à disposição da Corregedoria da Polícia Militar, que instaurou um inquérito sobre o caso, que segue em andamento. Os demais foram liberados para retomarem as suas atividades.
As agressões ocorreram na garagem da casa em que a idosa mora com a família, no dia 4 de dezembro de 2024. Na ocasião, Lenilda foi empurrada, chutada e atingida por um golpe de cassetete na testa, que causou um corte (veja no vídeo abaixo).
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Tudo começou quando Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e seu pai, Juarez Higino Lima Junior, de 39, estavam na calçada com uma moto próximo à residência, quando foram abordados por PMs na Rua Mar Negro. O veículo estava com a documentação atrasada, por isso os agentes iriam apreender a motocicleta.
Os dois resistiram à ação e correram para o interior da garagem. Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de “seus lixos”.
Com a chegada de reforços, os PMs entraram no imóvel, agredindo a família com golpes de cassetete. A abordagem se transformou em uma confusão generalizada. Nas imagens, é possível ver que um dos agentes chegou a aplicar em Juarez um golpe de mata-leão, proibido pela instituição desde 2020.
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No vídeo, Lenilda, mãe de Juarez, ainda apareceu com o rosto sangrando e aos prantos. Ela foi empurrada e chutada por um policial, que puxou a idosa pela gola do casaco.
Em razão dos ferimentos, Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb) e depois encaminhados à Delegacia de Polícia de Barueri. O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.
Em depoimento, os policiais justificaram a entrada na casa sem autorização e o uso da força pela “caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais”.
Após a repercussão das imagens, a SSP-SP informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela Corregedoria e pela Polícia Civil, com análise de imagens externas e das câmeras corporais dos agentes. Na ocasião, 12 agentes envolvidos na ocorrência foram afastados, mas agora apenas um deles, que foi quem apareceu agredindo a idosa, segue fora de atuação.