A Polícia Civil concluiu os trabalhos de identificação das vítimas fatais do acidente que envolveu um ônibus de viagem, uma carreta e um carro na BR-116, na altura de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, em dezembro passado. Inicialmente foi divulgado que 41 pessoas morreram, no entanto, a perícia realizada nos corpos apontou que foram 39 óbitos. Deste total, dois ainda não foram retirados por familiares.
ANÚNCIO
O acidente ocorreu na altura do Km 285 da BR-116, em Lajinha, comunidade rural de Teófilo Otoni, na madrugada do dia 21 de dezembro de 2024.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a suspeita inicial foi de que o pneu do coletivo tivesse estourado e o condutor perdido o controle. Porém, uma análise feita no local do acidente apontou que parte da carga de granito que era levada pelo caminhão se desprendeu e isso pode ter causado a colisão. Os trabalhos de investigação seguem em andamento.
As vítimas que estavam no ônibus embarcaram no Terminal do Tietê, em São Paulo, na manhã do dia 20 de dezembro. O veículo seguia levando 45 pessoas para a Bahia, onde teria desembarques em várias cidades. Após a colisão, o coletivo pegou fogo, matando 39 pessoas, incluindo o motorista.
Além do ônibus, um veículo de passeio se chocou contra a carreta. Os três ocupantes do Fiat Argo foram socorridos com vida e encaminhados para atendimento médico hospitalar.
Na época, a Emtram, empresa de transportes responsável pelo ônibus de viagem, se mostrou solidária aos familiares das vítimas. “A empresa se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que está empenhando máximo esforço para auxiliar as pessoas envolvidas e seus familiares, oferecendo e providenciando todo o apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, disse a nota.
LEIA TAMBÉM:
ANÚNCIO
- Acidente em MG: advogado nega que CNH de motorista estivesse suspensa
- Tragédia na BR-116: Sobrevivente revela como escapou de acidente
- Saiba quem era a família de Mauá que morreu em acidente na BR-116
- Tragédia na BR-116: três crianças sobreviveram a acidente, mas perderam pai ou mãe
Caminhoneiro envolvido
O caminhoneiro envolvido, Arilton Bastos Alves, fugiu do local da batida e foi considerado foragido. Ele compareceu a uma delegacia dias depois, quando disse que entrou em pânico ao ter ciência da gravidade do acidente. Ele foi ouvido por mais de seis horas e acabou liberado.
“O Arilton presenciou o ônibus em chamas; pessoas gritando; desesperadas; chorando e pedindo ajuda. Embora não tenha responsabilidade pelo que aconteceu, ele entrou em pânico. Inclusive, teve medo de ser agredido ao ver vários veículos parando próximos ao local. Por isso, após ver que não tinha condições de prestar socorro algum, ele deixou o local”, contou o advogado Raony Scheffer em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o advogado, ele andou até um posto próximo, onde pediu carona até o distrito de São Vito, em Governador Valadares, a cerca de 160 quilômetros de distância, para outro motorista de caminhão que já o conhecia. Em São Vito, o Arilton entrou em contato com um parente que o buscou e o levou para Barra de São Francisco (ES), onde ele mora e onde recebeu os primeiros cuidados médicos.
O motorista alegou que foi medicado e orientado a ficar de repouso enquanto os representantes da empresa proprietária da carreta tomavam as primeiras providências legais.
A Polícia Civil de Minas Gerais chegou a pedir autorização judicial para prender o motorista, mas a Justiça mineira negou a solicitação. O caso continua em investigação.