Dois guardas municipais de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, acusados de torturar um homem com deficiência e abandoná-lo desacordado às margens de uma rodovia, foram condenados a dois anos e nove meses de prisão, em regime aberto. Eles também perderam seus cargos. Cabe recurso.
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O crime aconteceu em 26 de janeiro, quando a vítima foi abordada em uma passarela. Ela foi algemada, colocada no porta-malas da viatura e levada para uma área de matagal na região do bairro Várzea do Ranchinho.
O caso está em sigilo e o nome dos guardas não foram divulgados.
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No dia do crime, a vítima foi abordada pelos suspeitos perto da passarela Marginal Oeste, próximo da BR-101, em Balneário Camboriú. De acordo com o delegado Vicente Soares, o homem tem dificuldades em falar e estava de bicicleta, se abrigando da chuva que caia na cidade, quando a viatura parou e o abordou.
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A vítima foi colocada dentro da viatura, onde foi “severamente agredida”, segundo informou a Polícia Civil. Depois do crime, foi abandonado às margens da BR-101, já em Itajaí, na cidade vizinha, onde foi socorrido por uma equipe de resgate da concessionária da rodovia federal.
Ainda de acordo com Vicente, o homem mora com a família na cidade e tinha o costume de andar de bicicleta na região. Após ser atendido às margens da rodovia, ele foi levado a uma unidade de saúde e recebeu alta no mesmo dia do crime.
Em abril de 2024, os guardas foram alvo de três mandados de busca e apreensão. Além disso, foi expedida uma medida cautelar para que eles não se aproximem da vítima ou de testemunhas.
Na época, a Guarda Municipal da cidade afirmou que os guardas investigados “foram afastados e um processo administrativo foi aberto na época”.
Ao ser questionada, neste sábado (11), sobre a decisão, a prefeitura destacou que a situação ocorreu na gestão passada, e vai respeitar o processo judicial “até que ele seja transitado em julgado por completo, para então cumprir as medidas determinadas pelo Poder Judiciário.”