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Chefões do PCC tinham “plano de saúde” que incluía até botox

Investigação mostra que líderes tinham acesso a procedimentos estéticos caros na prisão, como clareamento dentário

Marcola é considerado o líder do PCC
Marcola é considerado o líder do PCC (Reprodução)

O próprio Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC, anda preocupado com a aparência, mesmo estando em uma prisão de segurança máxima sem perspectiva para sair. Ele e outros líderes da cúpula da facção eram atendidos pela chamada “Sintonia da Saúde” do Primeiro Comando da Capital, que garantia atendimento particular de médicos e dentistas dentro dos presídios de segurança máxima, para botox ou clareamento dentário, por exemplo.

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“Eles utilizam de subterfúgios para poder obter algumas regalias e benefícios. O clareamento dentário não é algo que deva ser feito em uma unidade de segurança máxima como a penitenciária 2 de Presidente Venceslau”, disse o promotor Lincoln Gakiya em entrevista à TV Bandeirantes. “Tinha pedido até para o Marcola colocar botox”, completou, fazendo referência ao líder da facção.

Os profissionais da saúde eram pagos com altos valores, através de laranjas. Os pedidos eram feitos à Justiça pelos advogados da facção, da “Sintonia dos Gravatas”, sob a justificativa de os detentos precisarem de atendimento não oferecido pelo sistema penal.

Essa foi só uma das descobertas da operação “Scream Fake”, ou “Grito Falso”, da Polícia Civil e do Ministério Público. Doze pessoas foram presas.

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A investigação descobriu que, além da “Sintonia dos Gravatas” e da “Sintonia da Saúde”, o PCC passou também a operar a “Sintonia das Reivindicações” – por meio de uma ONG que teria sido criada pela facção para denunciar maus tratos contra os detentos.

As denúncias de falsas torturas levaram o estado de São Paulo a responder a processos na Corte Interamericana de Direitos Humanos. A ONG também teria agido movimentando o judiciário brasileiro para atender os interesses do PCC.

Dois dirigentes da organização estão entre os presos na operação. “O judiciário entendeu que havia fundamento suficiente para comprovar que a ONG não estava exercendo o seu papel pelo qual foi criado, então já houve a determinação de suspensão das atividades dessa ONG, a Pacto Social Carcerário”, afirmou Gakiya à emissora.

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