A construção de um muro com 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura na região da Cracolândia vem chamando atenção. Conforme publicado pelo G1, a ação da Prefeitura de São Paulo busca melhorar o atendimento aos usuários e garantir a segurança das equipes que atuam na região, mas vem recebendo diversas críticas de ativistas que atuam no local.
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A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, na região da Santa Ifigênia, nas proximidades da Estação da Luz. Com isso, os usuários passaram a se aglomerar atrás do muro em uma área que também é cercada por gardis na Rua dos Protestantes.
Com a construção, a Prefeitura de São Paulo afirma buscar por uma melhora no atendimento aos usuários que se aglomeram na região. Além disso, a medida também teria como objetivo aprimorar a segurança para as equipes de saúde e assistência social que atuam no local. Um terceiro ponto favorável à construção seria a melhoria no trânsito de veículos na região.
Ativistas criticam ação
Apesar das justificativas da administração municipal para a implementação do muro na região da Cracolândia, ativistas que atuam na região criticaram a atitude e a compararam com a criação de um “campo de concentração de usuários”. Em fala ao G1, uma representante do coletivo Craco Resiste afirma que a ação representa mais uma forma de violência contra as pessoas desprotegidas socialmente.
“A gente vive hoje na cidade uma cena absurda e bizarra de violência contra as pessoas que estão desprotegidas socialmente. É uma coisa que não vem de agora, já faz muitos anos que o poder público viola essas pessoas”.
Segundo a ativista, a construção do muro também está impedindo que movimentos de direitos humanos prestem serviços aos usuários e serve apenas para “mascarar o local”.
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“Não cuidam e também nos impedem de cuidar. Esse triângulo é delimitado por esse muro que foi construído para as pessoas com carro não verem as pessoas que estão ali”, conta.
As obras de construção do muro começaram em maio de 2024 e foram finalizadas em junho, porém o aceite definitivo da obra pela subprefeitura ainda não aconteceu, conforme processo administrativo citado na reportagem.