A Polícia Civil diz que Maria Francileide, de 55 anos, esposa do policial civil Arnaldo Jose Nascimento, de 57, que foi executado com quatro tiros na cabeça em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, enviou mensagens ao atirador dias antes do crime. Na ocasião, ela falou com Ronaldo da Silva, conhecido como “Tatu”, quando eles trocaram votos de “Feliz Ano Novo”. Segundo a investigação, a mulher é suspeita de ter encomendado a morte do marido. Ela e dois suspeitos estão presos.
De acordo com o delegado Luiz Augusto Romani, do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco) da 7ª Seccional de Polícia, que investiga a morte de Arnaldo, uma análise no celular de Maria Francileide mostrou que ela enviou uma mensagem de áudio para a esposa de Ronaldo. “Olha, acorda o seu marido que eu quero falar com ele antes do Ano Novo”, dizia.
“Depois, tem um áudio dele [Ronaldo] cumprimentando ela [Maria Francileide] no dia 31 de dezembro: ‘Feliz Ano Novo para você e para o seu marido’. Cumprimentou até a vítima”, ressaltou o investigador.
Após a morte de Arnaldo, a polícia estranhou quando a esposa apresentou frieza ao prestar depoimento e, ao ver as fotos dos suspeitos do crime, ela negou que os conhecia. “Ela estava muito fria, sequer quis olhar a foto direito dos dois. [Quando se] acaba de perder o marido, a intenção da viúva é identificar o criminoso, e não falar ‘não conheço’”, relatou o delegado.
A investigação avançou e a polícia descobriu que Ronaldo prestava serviços como terceirizado em uma gráfica que era do policial. Maria Francileide chegou a ir até a casa do homem após o crime, com a alegação de que foi retirar materiais, mas alegou que conhecia apenas a esposa dele.
“Há indícios suficientes de autoria que dá para imputá-la como a mandante do crime”, ressaltou o delegado.
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Prisão da esposa
Maria Francileide foi presa na última segunda-feira (13) e, durante a abordagem, portava a pistola calibre .380 do marido falecido na cintura. A mulher tentou sacar a arma contra os investigadores e acabou presa em flagrante por porte ilegal de arma.
A autoridade policial também apresentou à Justiça um pedido de prisão temporária dela, por elo com a morte de Arnaldo, já que diz que os indícios apontam que ela encomendou a execução.
Morte do policial
O policial civil Arnaldo foi morto com quatro tiros na cabeça, no dia 6 de janeiro, dentro de uma gráfica na Rua Guaracapá, em São Miguel Paulista. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Tide Setúbal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Um suspeito pelo crime foi preso e o caso foi registrado na 7ª Delegacia Seccional Itaquera, também na Zona Leste da Capital, inicialmente como latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Porém, a polícia suspeita que o agente foi vítima de um crime encomendado pela esposa.
Além de Maria Francileide, seguem presos Ronaldo, que seria quem atirou, e Douglas Cabral de Oliveira, de 39 anos.
As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.