Equipes da 31ª Delegacia do Carrão, Zona Leste de São Paulo, passaram a madrugada desta quarta (29) tentando prender o médico Josias Caetano dos Santos, que na terça-feira (28) teve a prisão preventiva decretada pela morte da paciente Paloma Lopes Alves, de 31 anos, após passar mal durante uma hidrolipo na clínica Maná Day, no bairro, em novembro do ano passado.
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Os policiais estiveram nos endereços de Josias e não o localizaram. Ele é considerado foragido. Outras quatro pessoas que faziam parte da equipe também tiveram a prisão decretada. A proprietária da clínica em que a cirurgia foi realizada está presa. Ela foi capturada por policiais militares em 17 de janeiro em Guarulhos.
Paloma teve uma parada cardiorrespiratória durante o procedimento. Ela foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas chegou sem vida. A clínica foi autuada e interditada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo.
A defesa da família de Paloma Lopes Alves encaminhou nota à TV Globo afirmando que o decreto de prisão preventiva dos responsáveis pelo procedimento estético “é um avanço significativo no caminho da responsabilização penal”.
Paloma deu entrada no período da manhã na clínica de estética. O procedimento seria feito na região das costas e do abdome, e a paciente tinha previsão de alta no fim da tarde. Porém, ela passou mal e teve uma parada cardíaca.
Ela conheceu o médico pessoalmente apenas no dia da cirurgia e pagou R$ 10 mil pelo procedimento via transferência bancária. Paloma contratou o procedimento através das redes sociais.
A Maná Day exercia atividade irregular, já que não possuía a licença sanitária necessária para realizar procedimentos invasivos, como lipoaspirações.
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O médico Josias Caetano dos Santos já foi condenado a indenizar por danos estéticos e morais uma paciente que teve o seio necrosado em 2022 e já foi processado 21 vezes por danos morais em erros médicos.
A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é o nome dado a uma lipoaspiração realizada com anestesia raquidiana, que torna insensível à dor apenas uma parte do corpo. O paciente, se não for sedado, mantém a consciência e fica acordado durante todo o procedimento.
A cirurgia leva o prefixo “hidro” no nome porque o médico injeta uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina com o intuito de diminuir os vasos capilares e reduzir a perda de sangue.