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Filho consegue na Justiça o direito de anular qualquer vínculo com Cristian Cravinhos; entenda

Rapaz, que já tinha mudado de sobrenome, agora poderá retirar dados do pai de todos os seus documentos

Caso foi analisado no STJ
Filho de Cristian Cravinhos obtém direito de retirar nome do pai de todos os seus documentos (Reprodução)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu direito ao filho de Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, a anular qualquer vínculo com o pai. O rapaz, de 26 anos, já tinha mudado de sobrenome, mas agora poderá retirar os dados do pai de todos os seus documentos oficiais.

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O jovem, que tinha apenas 3 anos quando o pai ficou famoso em função do crime cometido, afirma que nunca manteve nenhuma relação socioafetiva com Cristian. Em 2009, ele conseguiu retirar o sobrenome famoso, porém, ainda era obrigado a manter o nome completo do pai em documentos como RG, Certidão de Nascimento e Carteira Nacional de Habilitação.

Ao saber que o filho queria romper os vínculos, Cristian, que ainda cumpre pena em regime semiaberto, contratou uma advogada para recorrer. Assim, o caso chegou até o STJ.

A Terceira Turma analisou o pedido do filho na terça-feira (18) e, por unanimidade, concedeu direito a ele de remover todos os vínculos. Na decisão, a relatora, ministra Nancy Andrighi, classificou a atitude de Cristian de recorrer contra a vontade do filho como “horrível”.

“Se a presença da socioafetividade autoriza o reconhecimento do vínculo de filiação, sua ausência pode, sim, justificar o rompimento do parentesco biológico e registral”, argumentou a ministra.

Nancy ressaltou, ainda, que o filho sofreu impactos psicológicos ao logo da vida em função do crime cometido pelo pai, sendo vítima de bullying e sendo obrigado a mudar de escolas por inúmeras vezes.

“O genitor não apenas rompeu com a mãe, mas também abandonou completamente o filho, privando-o de qualquer apoio afetivo ou material, evidenciando a total quebra dos deveres parentais”, ressaltou ela.

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A defesa de Cristian não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Em busca do regime aberto

Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, é o único que segue preso. Porém, busca a progressão para o regime aberto. Em agosto passado, ele obteve um parecer favorável em um exame criminológico, no qual foi avaliado por psicólogo, psiquiatra e assistente social.

O relatório psicológico cita que Cristian “manifestou arrependimento, demostrou empatia com sofrimento familiar provocado por seus atos”. Além disso, o parecer social destacou que, caso obtenha a liberdade, o detento tem planos futuros, como trabalhar como designer e preparador de motos de corrida. Além disso, ele afirma que vai morar com a mãe e que quer cuidar da filha.

Na avaliação geral, os profissionais concluíram que Cristian possui “ótima avaliação laboral e bom comportamento carcerário”, sendo que todos deram aval à progressão de pena. No entanto, a decisão final sobre o regime aberto será tomada por um juiz e não há prazo para que essa análise seja realizada. O Ministério Público já se manifestou contrário ao benefício.

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas se envolveu em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais. Desde então, ele segue em Tremembé.

No Natal de 2024, ele apareceu nas redes sociais comemorando a “saidinha” de fim de ano e disse que espera que essa tenha sido a última, já que ele espera conseguir o regime aberto.

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