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Prisão? Denúncia contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado ganha novos capítulos; entenda

Saiba o que pode acontecer com o ex-presidente da República.

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El expresidente Jair Bolsonaro habla con la prensa tras ser acusado formalmente por la policía federal de intentar dar un golpe de Estado, el lunes 25 de noviembre de 2024, en el aeropuerto de Brasilia, Brasil. (AP Foto/Eraldo Peres) AP (Eraldo Peres/AP)

Nesta terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 2022. A acusação inclui os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

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A denúncia foi assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet e será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Caso seja aceita, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal. Além dele, outras 32 pessoas foram denunciadas, incluindo o general Braga Netto, ex-ministro e ex-vice na chapa presidencial, e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Impactos políticos e estratégias de Bolsonaro

Bolsonaro, inelegível até 2030, vinha apostando em mudanças legislativas para retornar à disputa presidencial de 2026. Uma das estratégias seria a aprovação de um projeto do deputado Bibo Nunes (PL-RS), que propõe reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade por abuso de poder político. A proposta, relatada pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

No entanto, a gravidade das acusações e a rigidez do STF contra atos antidemocráticos tornam improvável que Bolsonaro consiga viabilizar uma candidatura a curto prazo. O histórico de Alexandre de Moraes, relator do caso, indica que ele deve acolher a denúncia e submetê-la ao plenário.

Revelações da delação de Mauro Cid

O caso ganhou novos contornos com a quebra do sigilo da delação premiada de Mauro Cid, um dos principais auxiliares de Bolsonaro. Entre as revelações, destacam-se:

  • Venda de joias sauditas: Cid afirmou que Bolsonaro recebeu US$ 78 mil da venda de joias do governo saudita. Esses valores foram entregues entre 2022 e 2023 em diferentes ocasiões.
  • Planejamento do golpe: Segundo Cid, Bolsonaro participou de reuniões com militares para discutir um golpe de Estado. Ele descreveu a existência de grupos militares com diferentes abordagens: um mais radical e outro tentando frear a situação.
  • Monitoramento de Alexandre de Moraes: O ex-presidente teria ordenado que aliados espionassem encontros do ministro do STF.
  • Divergência entre os filhos de Bolsonaro: Flávio Bolsonaro defendia aceitar a derrota e se tornar líder da oposição, enquanto Eduardo Bolsonaro fazia parte da ala mais radical, que incentivava a permanência no poder.
  • Dinheiro vivo em saco de vinho: Mauro Cid revelou que o general Braga Netto repassou quantias em dinheiro vivo dentro de uma sacola de vinho para financiamento das articulações golpistas.

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Futuro político e possível prisão

Com a denúncia formalizada, Bolsonaro pode enfrentar um longo processo judicial, que pode culminar em sua prisão. Em meio à incerteza sobre seu futuro, aliados discutem alternativas para a direita em 2026.

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Entre os possíveis nomes estão Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, mas ambos ainda carecem de força política equivalente à do ex-presidente.

A investigação sobre a tentativa de golpe segue em andamento, e o julgamento de Bolsonaro no STF pode ocorrer em 2025, antes das eleições presidenciais, o que impactaria diretamente o cenário político brasileiro.

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