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Adolescente é detido ao incendiar homem em situação de rua e transmitir ao vivo em rede social

Também foram encontrados arquivos de abuso sexual infantil no aparelho do jovem.

Policiais apreenderam um jovem de 17 anos após ele incendiar homem em situação de rua e transmitir ao vivo na rede social Discord, aplicativo com servidores de interação em comunidade por meio de mensagens, chamadas de áudio e vídeo. De acordo com o g1 e RJ2, foram atirados dois coqueteis de molotov na vítima, que dormia na calçada, na Pechincha, Zona Oeste do Rio.

A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) recebeu o material viral e acionou o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça. A família do adolescente teria procurado a delegacia assim que o viu no vídeo. Também foram encontrados arquivos de abuso sexual infantil no aparelho do adolescente.

“A partir da veiculação dessa mídia, o Laboratório do Ministério da Justiça oficiou o Discord. O Discord retornou com as informações, dando conta tanto da identificação de uma conta de e-mail, a partir dali foi feito um trabalho de monitoramento, cruzamento de dados e inteligência para identificar de quem seria aquele usuário, bem como a localização do IP”, diz o delegado Cristiano Maia.

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Investigação

Inicialmente, a investigação teria apontado a ação do adolescente como parte de um desafio. Segundo o delegado, Ele teria recebido R$ 2 mil reais para completar a tarefa, além de se vangloriar para sua audiência.

“Nós já identificamos que ele participa de comunidades ligadas a crimes de ódio. Inclusive, esse fato delituoso, essa tentativa de homicídio contra esse morador de rua, foi transmitida ao vivo no Discord, contando com a participação de 141 pessoas”, explicou o delegado.

“O que a gente tem até agora é que ele realmente é movido por essa questão de ódio, inclusive em uma das plataformas, ele utiliza o codinome ‘Eu odeio favela’ e ele participaria de outras comunidades de cunho neonazista”, completou.

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A gravação

Conforme um vídeo obtido pela polícia, o jovem prepara os explosivos e os pés da pessoa responsável pela filmagem também é revelado. Durante a investigação, itens como toucas, máscaras e luvas utilizadas durante o ataque, além de uma faca, foram encontrados na casa do acusado.

Ludierley Satyro José, de 46 anos, foi atacado enquanto dormia na calçada da rua. A vítima sofreu queimaduras em quase todo corpo e segue internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Apesar das queimaduras, seu estado de saúde é estável. Agora, a polícia procura por cúmplices que fizeram parte da audiência da transmissão e quem registrou o momento.

O acusado deverá responder por fato análogo a tentativa de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe e meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima. Além disso, o jovem também repsonderá por armazenamento de imagens de abuso sexual infantil, haja vista os arquivos encontrados em seu celular pela polícia.

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