Recentemente o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior foi denunciado sob suspeita de abusar sexualmente de uma adolescente de 17 anos. O crime, que teria sido cometido dentro de um consultório no Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia, teve como justificativa um falso “procedimento médico” para a condição clínica “diagnosticada” pelo profissional.
ANÚNCIO
Leia também:
- Médico abusa sexualmente de adolescente na presença da mãe da menina
- ‘Loira’: mulher apontada como uma das líderes do PCC tenta enganar a polícia, mas acaba presa em SP
- Briga por ciúmes envolvendo uma PM termina com disparos feridos em SP
Em seu relato, a jovem conta que foi buscar atendimento médico para dores no estômago e que, após uma endoscopia e um ultrassom endovaginal solicitados pelo médico, que é cirurgião gástrico, foi abusada por ele dentro do consultório.
O homem teria alegado que faria um “procedimento clínico para corrigir o problema” e tocado a adolescente de forma inapropriada. Incialmente, ele tocou os seios da jovem alegando estar “ensinando como fazer o autoexame de mama” e depois tocou a região íntima da adolescente afirmando para a mãe que “estava resolvendo o problema ali mesmo”.
Mas o que é “útero invertido”?
Apesar de utilizado para justificar um abuso sexual, o quadro clínico também conhecido como útero reverso, retroflexo ou virado, é real. Atingindo aproximadamente 25% das mulheres o quadro normalmente não apresenta sintomas e é diagnosticado durante exames de rotina. Neste quadro o útero, que normalmente está virado em direção ao abdômen, encontra-se direcionado para a coluna vertebral da paciente.
Nos casos em que são registrados sintomas da condição, eles aparecem normalmente durante a relação sexual ou o período menstrual, caracterizados por uma cólica “um pouco mais forte que o normal”.
Segundo informações compartilhadas pela Rede D’Or, alguns tratamentos para a condição envolvem o uso de medicações de base hormonal e, em casos específicos, um procedimento cirúrgico realizado para recolocar o órgão em seu local.
Procedimentos como o citado pelo médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior ao tocar a paciente em consultório não possuem fundamento clínico.