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VÍDEO: Veja o que alegou motorista de caminhão que bateu em ônibus matando 12 universitários, em SP

Evandro Leite, 51, passou por teste do bafômetro, que deu negativo; ele teve prisão preventiva decretada

Homem negou que estivesse bêbado ou com sono.
Motorista Evandro Rogério Leite, de 51 anos, que dirigia caminhão que bateu em ônibus, matando 12 universitários, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça (Reprodução/Redes sociais)

O motorista Evandro Rogério Leite, de 51 anos, que dirigia um caminhão que bateu contra um ônibus, matando 12 universitário e deixando outros 19 feridos, no interior de São Paulo, negou ter ingerido bebidas alcoólicas. O homem contou que não estava em alta velocidade ou com sono e culpou um buraco na pista da Rodovia Waldir Canevari (SP-355/330) como o fator que causou o acidente (veja no vídeo abaixo).

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“Eu vinha vindo, passei e me perdi no buraco ali, saí fora [da pista]. Passei na valeta, deu aquela tremida, voltei de uma vez com o caminhão e peguei o ônibus que vinha vindo. Estava entre 40 e 60 km/h”, disse Evandro.

Questionado se pretendia fugir, ele disse que sim. Mas, como estava ferido, chamou um advogado e decidiu se apresentar às autoridades.

Evandro foi socorrido com ferimentos leves e foi internado em um pronto-socorro, sob escolta policial. Ele foi preso em flagrante ao receber alta por omissão de socorro e tentativa de fuga e ainda deve responder por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.

Na tarde de sexta-feira (21), o condutor passou por uma audiência de custódia, quando teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. O homem foi levado para a cadeia pública de Santa Rosa de Viterbo, no interior paulista, mas deve ser transferido para a Penitenciária de Pontal, na mesma região.

Evandro ainda não prestou depoimento formal à polícia. Mas, segundo o delegado seccional de São Joaquim da Barra (SP), José Bernardino Alecrim, isso deve ocorrer em breve. O investigador apura se o motorista estava dirigindo com sono.

A defesa do condutor não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Ao G1, o advogado Marcos Coltri, que representa a empresa J4 Transportes Rodoviários, dona do caminhão, disse que o motorista não estava cansado.

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“Era uma viagem tranquila, não é uma viagem que exige muito esforço. (...) A carga horária de trabalho dele não excede as horas normais de um motorista. No momento que aconteceu o acidente ele não estava com sobrecarga de trabalho”, afirma.

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Motorista do ônibus

O motorista do ônibus, Eduardo Henrique de Andrade Justino, de 42 anos, disse à polícia que percebeu quando o caminhão, que vinha no sentido contrário, invadiu sua faixa. Ele chegou a levar o coletivo para a extremidade direita da pista, mas ainda assim a carreta avançou e os atingiu.

Um sobrevivente do acidente, o estudante universitário Lucas Bonfim, de 19 anos, contou que a ação rápida do motorista do coletivo evitou que a tragédia fosse ainda maior.

“O motorista ajudou bastante. Ele jogou o ônibus para o lado. Se não tivesse feito isso, o acidente teria sido ainda pior, com risco de o ônibus tombar. Tinha pai de família ali, muitos parentes preocupados”, relatou o rapaz, em entrevista ao G1.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou que o ônibus estava regular e com a vistoria em dia.

O acidente

A batida ocorreu por volta das 23h de quinta-feira (20), em um trecho de pista simples da rodovia, entre as cidades de Nuporanga e São José da Bela Vista. O ônibus levava estudantes que voltavam das aulas na Universidade de Franca (Unifran), que seguiam para São Joaquim da Barra.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e fez o resgate das vítimas, sendo que foram confirmadas 12 mortes. Outras 19 pessoas ficaram feridas, incluindo o motorista do ônibus, e foram socorridas para a Santa Casa de São Joaquim da Barra, também no interior paulista.

Até o momento, 17 pessoas já receberam alta. Um dos feridos, que sofreu traumatismo craniano, foi levado para a Santa Casa de Franca. Outro segue em observação em São Joaquim da Barra.

Um velório coletivo é realizado na manhã deste sábado (22), sendo que 10 corpos estão no Lions Clube de São Joaquim da Barra para a despedida das vítimas fatais. Dois estão no Velório Municipal.

A cerimônia deverá ser dividida em duas etapas, sendo que uma delas será reservada aos familiares dos estudantes mortos e depois será realizada uma despedida pública.

Veja a lista dos mortos abaixo:

  • Caio Felizardo da Silva (estudante de psicologia)
  • Flávia Mendes dos Santos (estudante de química)
  • Hugo dos Santos Aliberte Dias (estudante análise de sistemas) 
  • João Pedro de Oliveira dos Reis (estudante de arquitetura)
  • Juliana Neves Hespanhol (estudante de administração)
  • Lívia Tavares Luiz (estudante de enfermagem)
  • Mariana Anastácio de Oliveira (estudante de biomedicina)
  • ⁠Matheus Jesus Eugênio dos Santos (estudante de engenharia elétrica)
  • Otávio Costa Oliveira (estudante de ciência da computação)
  • ⁠Pedro Henrique Souza Saraiva (estudante de computação)
  • Raquel Laila Caldeira (estudante de administração)
  • ⁠Vinicius Nascimento dos Santos (estudante de administração)
Batida matou 12 pessoas e deixou 19 feridas.
Lívia Tavares (à direita, acima), João Pedro, Pedro Saraiva, Raquel Caldeira, Hugo Dias, e Juliana Hespanhol estão entre as 12 vítimas fatais de acidente, no interior de SP (Reprodução/Redes sociais)

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