A empresária Flaviane Lima, que causou a morte do menino Salomão Rodrigues Faustino, de 2 anos, ao esquecê-lo por cerca de 4 horas em um carro, em Nerópolis, em Goiás, virou ré no caso. Ela foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio doloso triplamente qualificado, por motivo torpe, fútil e cruel, o que foi acatado pela Justiça.
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Flaviane já tinha sido foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. No entanto, o MP-GO destacou na denúncia que a dona da creche agiu com dolo, pois foi negligente.
A defesa dela não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Ao site G1, os advogados disseram que as provas do processo apontam para um caso de homicídio culposo, sem intenção de matar a criança, e que vão buscar medidas legais para reverter a denúncia.
No fim de fevereiro, a empresária teve a prisão convertida em domiciliar. Para a concessão do benefício, a Justiça considerou o fato dela ser ré primária, ter cometido o crime sem violência ou grave ameaça e por ter dois filhos pequenos, sendo que o mais novo ainda é amamentado.
A decisão judicial ainda determinou medidas cautelares, sendo que Flaviane não poderá sair de casa, a não ser quando for intimada para comparecer em juízo, e terá que manter seu endereço atualizado.
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Relembre o caso
Flaviane está detida desde o último dia 18 de fevereiro, quando Salomão morreu. A mulher, que é dona de uma creche, também era responsável por buscar o menino em casa e levar até ao berçário. Na ocasião, ela deixou o garoto na cadeirinha, preso ao cinto, com os vidros fechados, e só lembrou dele cerca de 4 horas depois, quando ele já foi encontrado desfalecido e não resistiu.
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Ela tentou fugir após a confirmação do óbito do menino, mas foi localizada na cidade de Itaberaí, que fica a cerca de 80 km de Nerópolis. Ao ser ouvida pela polícia, ela disse que tinha que receber outros três novos alunos na creche naquela data e, por isso, acabou se esquecendo de Salomão.
No entanto, ao ser ouvida durante uma audiência de custódia, ela alegou que estava com “dor de cabeça”.
“Desci na porta do berçário e entrei. Eu subi e fiz minha rotina por volta de quatro horas. Falei para uma das tias que eu ia embora, pois estava com muita dor de cabeça. Quando eu abri o carro, o Salomão dobrou o corpinho dele na cadeirinha. Quando vi, desamarrei rápido da cadeirinha e levei ele para dentro. A gente ligou para os bombeiros. Eu tentei fazer os primeiros socorros, mas a gente percebeu ali que ele já não estava mais”, disse a dona da creche (assista abaixo).
Apesar da alegação da empresária, o Ministério Público destacou que ela cometeu homicídio com dolo eventual, pois foi negligente.
“A gravidade dos fatos não pode ser subestimada. Trata-se de uma criança, de apenas 2 anos, que estava sob a responsabilidade da autuada que, na condição de proprietária do berçário, tinha o dever legal e profissional de zelar pela segurança daqueles que lhe foram confiados”, destacou o promotor que acompanhou a audiência.