O falecimento do Papa Francisco, nesta segunda-feira, aos 88 anos, após doze anos como a mais alta autoridade da Igreja Católica, comoveu o mundo. O argentino foi eleito pelo conclave em 2013, tornando-se o primeiro pontífice latino-americano da história.
Como detalhado pelo site The Clinic, Francisco esteve no Chile em 2018. No entanto, sua visita ainda é lembrada pelas tensões e polêmicas decorrentes dos diversos casos de abuso sexual ocorridos dentro da Igreja Católica chilena.
O foco da controvérsia foi a defesa inicial do Papa ao bispo Juan Barros.
Barros tomou posse canônica na cidade de Osorno, em março de 2015, por decisão anunciada pelo Papa Francisco, causando uma revolta sem precedentes dentro da Igreja Católica local.
O bispo era acusado publicamente (e também outros religiosos) de encobrir os abusos sexuais cometidos pelo padre Fernando Karadima, de quem era muito próximo, nas décadas de 1980 e 1990, em um caso de grande revolta nacional. Em 2011, o Karadima já era considerado culpado pelos abusos já prescritos.
“É uma calúnia. No dia em que me trouxerem provas contra o bispo Barros, eu me manifestarei”, disse Francisco à imprensa, em uma de suas intervenções mais criticadas, gerando indignação entre vítimas e organizações de direitos humanos.
Durante a visita, suas palavras foram vistas como uma negação do sofrimento daqueles que denunciam abusos há anos e geraram uma onda de condenação.
Sob pressão da mídia e da sociedade, o Papa voltou atrás dias depois, pediu desculpas e enviou emissários para investigar as alegações.
Então, em maio do mesmo ano, em um movimento sem precedentes, todos os bispos chilenos apresentaram suas renúncias após uma reunião com Francisco no Vaticano.
Os religiosos também pediram desculpas ao país, às vítimas de abuso e ao Papa pelo escândalo. Depois, Francisco chegou também a pedir perdão e se reunir com as vítimas pessoalmente.
Ainda de acordo com as informações, só em 2018, anos depois das denúncias, Karadima foi totalmente expulso. Na época, o Papa Francisco reconheceu “graves erros de avaliação” sobre o caso e revelou que havia sido “mal informado”. O abusador faleceu em 2021.
Com informações do site The Clinic

