Para muitas escolas, a segunda-feira, dia 1º de fevereiro, marcou a volta das aulas presenciais. A reabertura foi feita de acordo com os protocolos de saúde estabelecidos por Estados e municípios, que incluem normas como distanciamento social, uso de máscaras e aumento da higienização dos ambientes. Às famílias, foi lhes dada a opção de manter os filhos em casa, com aulas online, ou enviá-los à escola.
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Para muitos pais, fazer essa escolha não é uma decisão fácil. Os que optaram por seguir com os filhos em casa têm dúvidas de como (e se) as aulas online funcionarão, já que, no geral, é o mesmo professor que dará a aula presencial e a distância simultaneamente. Além disso, várias crianças não se adaptaram a esse formato ou já não rendem tanto quanto no início da pandemia – e os pais principalmente das crianças mais novas estão cansados de acompanhar as aulas. Já entre as famílias que decidiram enviar os filhos à escola, depois de quase um ano em isolamento social, há o receio quanto à adaptação e segurança sanitária, por mais que as instituições se esforcem por seguir rigorosamente os protocolos exigidos.
Mãe de dois meninos em idade escolar, um de 15 e outro de 5 anos, a jornalista Gabriela França, que mora em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, conta que os filhos ainda não irão à escola. «Eles são grupo de risco, pois possuem bronquite e asma, e decidimos que permanecerão em casa durante esses primeiros meses de 2021, seguindo com as aulas remotas», diz.
Para Gabriela, sua maior preocupação é quanto aos conteúdos vistos em 2020. «Acredito que é preciso fazer uma revisão desses conteúdos,, no mais, evito criar expectativas, porque acho que precisamos focar nas relações, retomar a socialização e outros aspectos que não somente o conteúdo de ensino”, avalia a jornalista.
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Os atrativos de voltar à escola: rever os amigos e os professores
A advogada Caroline Caon Marcolino, mãe do Lorenzo, de 4 anos, diz que a volta às aulas presenciais tem sido tranquila para o filho. «A maioria dos pais optou por esse modelo de ensino, por isso, há muitos alunos frequentando a escola novamente», conta a advogada que vive com a família em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. Ainda assim, para os pais que preferirem manter os filhos em casa, a escola também oferecerá o ensino remoto, ministrado pela mesma professora.
“Seria difícil seguir com a aula online, é complicado manter a atenção de uma criança de 4 anos. Já na escola ele poderá ter o contato com a professora e reencontrar as outras crianças, o que é muito importante”, explica Caroline.
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Mães comentam assunto nas redes sociais
Muitas mães também têm compartilhado nas redes sociais como veem esse retorno às escolas. “Acredito que a questão não é somente as crianças pegarem, mais levarem a doença para casa, onde convivem com pessoas do grupo de risco como avós. Eu não tenho saído de casa, somente quando necessário, como alguma consulta médica”, disse uma mãe em post sobre o assunto publicado pelas especialistas na relação família-escola, Taís e Roberta Bento, criadoras do site SOS Educação e autoras do livro “Socorro, meu filho não estuda!”. Já outra avalia que o sistema híbrido é injusto com os alunos. «Enquanto alguns terão aula presencial, outros ficarão somente com as aulas online, os que já o colocam em desvantagem, pois quando voltarem presencialmente, será difícil acompanhar a mesma turma.»
Taís e Roberta Bento reconhecem que é um dilema ter de escolher entre mandar ou não os filhos para a aula presencial. Para ajudar nessa decisão, elas propõem analisar alguns aspectos como se a família já está saindo de casa para outras atividades. Caso sim, dizem, é hora de cortar as outras saídas e ver a escola como um ambiente seguro em que o filho poderá ver outras pessoas. Caso não, (a criança não está saindo de casa), é importante observar se ela não está há muito tempo isolada e com o equilíbrio emocional abalado, para a partir daí avaliar se é hora de retornar ao presencial. “A escola é o ambiente mais seguro para a criança retomar o equilíbrio”, orientam as educadoras. Mas elas também afirma que se os pais não se sentem seguros para a aula presencial, o mais coerente é explicar isso aos filhos e dizer que eles seguirão no remoto por mais um tempo
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