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Açúcar para crianças: tem idade certa?

Você sabe se tem idade certa para liberar açúcar para crianças? Existe muita dúvida, fake news e confusão quando o assunto é alimentação. Quando se trata de crianças, a situação fica ainda mais complicada.

A seguir, vamos entender melhor o assunto, o que representa o açúcar para crianças e como e por que cuidar da alimentação do seu bebê desde a gestação.

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Açúcar para crianças: tem idade certa para liberar?

Indo direto ao ponto, a recomendação é esperar ao menos até os 2 anos completos para inserir açúcar para crianças. Inclusive, consta no Guia Alimentar para Crianças Brasileiras, publicação do Ministério da Saúde:

  1. Os açúcares, melado, rapadura e mel não devem ser oferecidos para crianças menores de 2 anos.

Mas quanto mais conseguir segurar açúcar para crianças, melhor! Eu vou explicar os vários motivos para isso a seguir.

Alerto desde já: não é apenas o açúcar refinado branco que é prejudicial às crianças (e aos adultos também!). A substância pode vir disfarçada com vários nomes, como xarope de glicose, glucose, xarope de milho, maltodextrina, entre outros.

Além disso, o vilão pode fazer parte de outros alimentos, como suplementos, achocolatados, biscoitos, bolachas, iogurtes, etc.

Quais os malefícios do açúcar para crianças?

Primeiro, porque há diversas evidências científicas que demonstram que o uso precoce de açúcar tem maior relação com doenças como a diabetes, obesidade e doenças cardíacas em sua fase de vida adulta!

Além da predisposição a essas doenças, o açúcar é muito prejudicial no desenvolvimento do paladar. Por exemplo, um achocolatado é muito mais doce do que uma maçã, então, essa criança pode achar que frutas “não têm gosto”, porque seu paladar fica acostumado com esse estímulo do doce!

Com isso, o consumo de açúcar vai prejudicando o consumo de frutas e verduras, diminuindo a aceitação desses alimentos mais saudáveis e favorecendo o consumo precoce de alimentos industrializados.

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O estabelecimento do paladar se desenvolve principalmente até o terceiro ano de vida.

Costumo explicar assim para meus pacientes:

  1. Imagine que comer frutas é ir no parquinho perto de casa: é gostoso e rotineiro.
  2. Comer doces é igual a ir para parques mais elaborados: vamos às vezes, não é rotineiro e também é bem mais exaustivo.
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Além disso, o açúcar é um alimento estimulante e também possui “efeito rebote”. Talvez você já tenha presenciado o que chamo de “fenômeno da festa”: as crianças estão brincando na festa, até que vem a hora do bolo e começa a disputa pelos brigadeiros. Então, elas começam a brigar e chorar. Depois, normalmente, dormem no carro e acordam chorando.

Você já presenciou isso? Ocorre que o açúcar estimula o organismo, o corpo manda mais insulina e, logo depois, a energia cai. É quando vem o sono e o choro.

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Aliás, o paladar começa na 20ª semana de gestação. Portanto, tudo o que essa mãe comeu na gestação, também ajuda na introdução alimentar e nas preferências da criança.

O que fazer para evitar açúcar na infância?

Acredito que vale a pena ser firme até os 2 anos para construir um paladar e um alicerce de saúde para a sua filha ou filho.

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A criança não passa vontade, porque até então nem sabe o que é aquilo! E outra, ela vai ter o resto da vida para comer, se assim desejar, não é verdade?

E não se engane com propagandas de “açúcares saudáveis”, como mascavo, demerara, xylitol, entre outros.

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Além do açúcar, evite todos os tipos de alimentos industrializados: bebidas prontas, achocolatados, engrossantes, queijos petit suisse, iogurtes saborizados, refrigerantes, biscoitos, bolachas, bolos prontos…

Prefira servir frutas diversificadas: desde as cítricas (laranja, mexerica, abacaxi, etc.) até as mais doces (como banana, uvas, manga, frutas vermelhas – mas morango somente após 2 anos de idade! -, goiaba, entre outras).

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E o glúten, criança pode consumir?

Ainda não há um consenso sobre essa questão. Há estudos que demonstram que a introdução precoce ao glúten não parece ser fator de risco para o desenvolvimento de doença celíaca ou da sensibilidade ao glúten, mas a introdução tardia (após os 24 meses) pode estar associada a esses fatores.

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Lembrando que se a mãe faz aleitamento materno e consome o glúten, seu bebê também passa por essa sensibilização.

O que eu gostaria de dizer aqui é que precisamos entender o que é alimento e o que é produto alimentar ou industrializado. Exemplos:

  1. Alimento: milho in natura e cozido
  2. Produto alimentar: farinha de milho ou pipoca.
  3. Industrializado: pipoca pronta, polenta pronto, bolos de milho…
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O que devemos priorizar para a nossa saúde e principalmente a das crianças são os alimentos e produtos alimentares. Evitar os industrializados e refinados!

Isso também é uma visão sobre o glúten. É diferente comer um quibe feito com o trigo e um pão integral, que têm fibras e nutrientes, do que comer uma bisnaguinha ou um pão de sanduíche branco, produtos refinados e pobres nutricionalmente.

Também existem casos em que a exclusão do glúten pode ser benéfica, como nos pacientes celíacos, com sensibilidade ao glúten, em casos de alergia e de autismo. Para isso, converse com seu médico ou nutricionista.

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Recado final

Bom senso. É importante que seja feito um bom estabelecimento do paladar até o terceiro ano de vida! Cozinhe em casa! Priorize feiras e sacolões! A saúde vai te recompensar!

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Amanda Regina

Nutricionista Funcional, Personal Diet e ampliada pela Antroposofia. Gosta muito de cozinhar! Atua em consultório e palestras, cuidando principalmente de saúde da mulher; emagrecimento trabalhando comportamentos alimentares, transição para o vegetarianismo ou veganismo, e ajudando a estabelecer uma relação saudável e prazerosa com a comida!

amandareginanutri@gmail.com

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