O assassino em série Robert Maudsley, que cumpre prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas, está trancado em uma cela de vidro subterrânea na prisão de Wakefield há mais de 40 anos. Ele tinha 21 anos quando cometeu seu primeiro assassinato, em 1974.
No momento em que foi preso e condenado pelo crime, as autoridades recomendaram que ele nunca deveria ser libertado. Conforme informações do The Mirror, o homem foi encaminhado para o Hospital Broadmoor, local que abriga alguns dos prisioneiros mais perigosos do Reino Unido.
Os primeiros três anos de sua prisão foram relativamente tranquilos, mas em 1977 Maudsley e David Cheeseman, outro prisioneiro, emboscaram David Francis, um molestador de crianças. Por nove horas a dupla torturou Francis de forma brutal. Segundo relatos, Maudsley inseriu uma colher em sua orelha de forma que o objeto atingiu o cérebro de Francis.
Mesmo encarcerado os crimes de Maudsley não pararam. Em 1978 ele estrangulou e esfaqueou Salney Darwood em sua cela, em seguida escondeu o corpo debaixo da própria cama. Em seguida ele perseguiu Bill Roberts, preso pelo abuso sexual de uma criança, e o esfaqueou até a morte.
Depois de cometer os crimes, Maudsley comunicou calmamente ao chefe da prisão que a partir daquele dia teriam duas pessoas a menos para jantar.
Uma cela de vidro para Maudsley
Após os novos crimes cometidos por Maudsley, os chefes da prisão o consideraram perigoso demais para se misturar com a população carcerária em geral e optaram por construir uma cela especial para ele.
Após sua conclusão no ano de 1983, a cela, similar à cela do filme O silêncio dos inocentes, foi apelidada de gaiola de vidro. Ela é construída em vidro à prova de balas, através dos quais os guardas da prisão conseguem vigiar o assassino.
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Os únicos móveis em seu interior são uma mesa e uma cadeira, feitas de papelão comprimido. O vaso sanitário e a pia são parafusados no chão, enquanto a cama é uma laje de concreto. A porta, feita de aço sólido, se abre em uma gaiola para o interior. As refeições são entregues por uma abertura nas paredes.
A rotina de Maudsley na cela especial é diferente da de outros presos. Ele permanece na sela 23 horas por dia, com permissão para se exercitar por somente uma hora quando é levado ao pátio de exercícios. Neste período ele é escoltado por seis guardas e não possui acesso a qualquer outro detento.
A versão de Maudsley
Em uma entrevista, o assassino disse sentir-se torturado no confinamento solitário e afirmou que foi prejudicado por nunca ter falado com ninguém. “Eu sinto que nenhum policial se interessa por mim e eles estão apenas preocupados em quando abrir a porta e depois garantir que eu volte para a cela o mais rápido possível”.
Maudsley afirmou que o confinamento despertou memórias de sua infância, quando era regularmente trancado e espancado. “Acho que um policial poderia para e falar um pouco, mas eles nunca o fazem e é nesses pensamentos que penso a maior parte do tempo”.
Segundo registros, a infância de Maudsley foi extremamente abusiva nas mãos de seu pai. Depois de passar parte da infância em um orfanato, seus pais o levaram, junto com seus 11 irmãos de volta para casa.
Com 8, anos na época, ele alega ter sido agredido com frequência além de levar surras extra ao tentar proteger seus irmãos. Em um dos episódios de agressão ele relata ter sido trancado por seis meses em um quarto onde o único contato com outras pessoas era com seu pai o espancando diariamente.
Em 2000, Maudsley pediu que os termos da prisão fossem relaxados, implorando um periquito de estimação ou, em caso de negativa, uma cápsula de cianeto para que ele pudesse acabar com a própria vida. Os pedidos foram recusados e ele permanece cumprindo a pena na cela de vidro.