As histórias da guerra na Ucrânia serão contadas por muitos anos e os horrores vividos pelos sobreviventes não serão facilmente esquecidos.
Um exemplo disso é o relato de uma mãe ucraniana apavorada com tanques e soldados invadindo sua cidade, enquanto explosões eram ouvidas ao longe.
A artista ucraniana Aleksandra Makoviy disse que nos primeiros dias da invasão ficou tão abalada que escreveu nome e telefone nas costas da sua filha de 2 anos, chamada Vira, com uma caneta, temendo que ela sumisse durante a guerra. “Assinei com as mãos tremendo muito”, disse.
Ela disse que os primeiros dias de invasão foram momentos de desespero. Além das informações escritas nas costas da criança, a menina andava permanentemente com um cartão no bolso com todas as informações da criança, telefones, nomes de parentes e qualquer informação que pudesse ser usada para trazer a criança de volta, caso ela desaparecesse.
“Como é que pode um mundo como este, de coisas boas, ter esse mal contínuo invadindo nossas cidades?”, desabafou Makoviy.
Makoviy e a filha conseguiram fugir da Ucrânia pela Polônia e foram acolhidas em uma cidade no sul da França após a imagem de sua filha ‘tatuada’ nas costas viralizar.
Como um decreto do governo ucraniano impediu que os homens em idade de lutar fugissem do país, o pai da pequena Vira está desaparecido e pode até estar morto.
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Recrutas sem treinamento
Soldados recrutados entre os separatistas da região de Donbass, na Ucrânia, disseram que estão sendo armados com rifles do século 19 e não tem equipamento, água e comida para se manterem durante as batalhas.
Um desses recrutas disse que foi ferido durante uma batalha e para sobreviver teve que beber água de uma lagoa infestada de sapos mortos. Eles contaram que foram recrutados para a guerra sem saber ao menos como atirar com um rifle.