Morcego com cabeça de martelo? Ouvir dizer que há um animal deste tipo pode até parecer coisa de ficção, ou até mesmo uma constatação sensacionalista compartilhada sem fundamento para impressionar. Contudo, este não é o caso. Informações são do portal The Dodo.
Mas quem são esses tais morcegos com a aparência diferenciada?
Para a Dra. Sarah Olson, diretora associada da saúde da vida selvagem na Wildlife Conservation Society (WCS), o rosto dos bichos funciona como uma “câmara de ressonância”.
“A cabeça em forma de alce do macho, os lábios curvados, as dobras nasais e a laringe alargada o ajudam a entoar repetidos chamados para a fêmea, que então se transformam em um staccato mais rápido quando uma está por perto”, disse a diretora ao The Dodo.
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Por ser uma espécie única e diferente, muitos custam a acreditar na existência de morcegos como estes. Contudo, este tipo conhecido como “megamorcegos”, vindo da África, está longe de ser uma mera fantasia.
Grupos de morcegos machos com a cabeça de martelo, conhecidos como “leks”, podem ser encontrados nas florestas tropicais da África central. São localizados nas árvores “buzinando” enquanto as fêmeas voam ao redor.
“Os morcegos machos com cabeça de martelo fazem um som peculiar de chamada à noite para atrair as fêmeas, o que os torna identificáveis em quase qualquer lugar”, contou Olsen.
A relação com o humano e a natureza
Apesar de se manterem sozinhos, morcegos como estes estão cada vez mais próximo do contato humano.
“Eles não procuram interações com humanos em si, mas às vezes são encontrados vivendo em assentamentos e cidades próximas e consomem plantações de frutas”, disse Olson. “Uma pergunta não respondida é como as mudanças humanas na paisagem podem alterar suas interações com as pessoas, com a preocupação de que a diminuição do habitat natural possa exigir que eles mudem sua dieta para apenas árvores frutíferas cultivadas, aproximando pessoas e morcegos.”
Essa espécie de morcego possui tanto um papel importante na dispersão de sementes pelas florestas como os outros que são comuns. Contudo, os megamorcegos enfrentam um tempo difícil com o desmatamento e a perda contínua de habitat.
“Acabei de descobrir esta semana que a extração de madeira está começando perto de nosso local de pesquisa no norte da República do Congo”, disse Olson. “Nosso local de pesquisa é uma grande arena de acasalamento, ou lek, e suspeito que, se árvores suficientes forem perdidas, os morcegos podem abandonar um local que usaram por pelo menos 10 anos, e talvez muitos mais.”
