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O que aconteceu com os dois meninos que desapareceram na floresta amazônica e deixaram rastros misteriosos?

Em 8 de abril de 2021, Renato Siqueira de Jesus e Fabrício Barbosa, de 13 e 14 anos na época , desapareceram na floresta amazônica em Calçoene.

Em 8 de abril de 2021, Renato Siqueira de Jesus e Fabrício Barbosa, de 13 e 14 anos na época , desapareceram na floresta amazônica em Calçoene, no extremo norte do Amapá.

Os jovens, que se conheceram no dia em que sumiram e não foram mais vistos depois de saírem para apanhar açaí na floresta que possui mata fechada, pontos alagados e diversos rios.

Na época, Rafael Cambraia, um dos líderes da equipe de busca, revelou ao jornal o Metropolitano, que não tinha dúvidas de que os meninos estavam vivos, pois rastros foram encontrados.

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No entanto, em dezembro de 2021, ele desabafou sobre a frustração de não encontrar os meninos: “Lamentável. Até hoje não me recuperei ainda psicologicamente de todo esse trauma. Participei durante 51 dias das buscas. E participaria de mais se fosse necessário... infelizmente não tivemos condições estruturais para continuar e muitas áreas não foram varridas. É um sentimento inexplicável”, disse nas redes sociais.

Bombeiros e um grupo de 27 indígenas de Oiapoque, das aldeias Manga, Curipi, Ahumã e Espírito Santo, da etnia Karipunas, também formaram uma equipe de busca.

As buscas foram interrompidas diversas vezes pelas autoridades, mas continuaram por mais um tempo de forma independente graças à mobilização de populares, amigos e mateiros locais – que são moradores da região com experiência na mata.

Imagens das expedições mostraram que foram encontrados passos na lama, alterações na vegetação como marcas em árvores e baias descascadas, além e uma cabana. Uma saca de cebola idêntica a que eles usavam quando saíram para apanhar açaí também foi utilizada para fazer amarrações em estruturas.

“Essa saca eles usavam para fazer a chamada peçonha, para apanhar os frutos nas árvores, mas agora foram achados pedaços dela na amarração dessa cabana, além de pegadas e a própria cadela que os acompanhava e retornou para casa”, disse Marcilene Rocha, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AP.

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Há mais de um ano do desaparecimento, as buscas foram encerradas, mas a mãe de Renato ainda mantem a esperança de rever o filho com vida.

“Para quem é mãe, a gente tem uma ligação com os filhos e o meu filho está vivo em algum canto. Eu sei eu só não sei o que aconteceu com ele, mas que ele está vivo ele está. Eu acredito”, disse Edineide Siqueira de Jesus ao G1.

O delegado Niury Reuly, da Delegacia de Calçoene, foi o responsável pelo inquérito e descartou a hipótese de crime.

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“Inquérito foi concluído, realizamos todas as diligências possíveis. Nunca houve nada que apontasse a ocorrência de crime, ouvimos várias pessoas envolvidas nas buscas e nunca se evidenciou outra alternativa se não a de que se perderam, região inóspita onde ate mateiros locais têm dificuldade de se orientar”, declarou.

Em 8 de abril de 2022, uma caminhada em solidariedade aos desaparecimento dos meninos aconteceu em Calçoene.

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O desaparecimento dos meninos virou assunto rapidamente nas redes sociais e internautas relembraram histórias sobrenaturais sobre desaparições na mata que fazem parte especialmente da cultura do norte do Brasil.

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Quem esteve nas buscas indicou que encontraram vestígios de que os meninos se alimentaram de frutas nativas como açaí, bacaba, pepino do Mato, Palmito, Inajá, Tucumã e muitas outras, mas eles pareciam se esconder das equipes de busca, que tinham a estratégia de fazer cercos de captura.

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“Provamos com todas as pistas achadas que eles ainda estão vivos, porém pelas pistas podemos perceber que estão debilitados e apresentam algumas vezes surtos de alucinações. Estão assustados, reações comuns por conta das toxicidades de alguns alimentos nativos”, contaram os envolvidos.

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