Pautas de diversidade tem conquistado cada vez mais espaços nas empresas, mas alguns ambientes de trabalho ainda resistem às mudanças. Recentemente, uma mulher se viu excluída de um processo seletivo por não ter o cabelo liso.
O caso veio à tona na semana passada, após a especialista em Diversidade e Inclusão Vitor Martins revelar no LinkedIn o depoimento de uma candidata que sofreu racismo durante seu processo seletivo.
Hellen Lima deixou de conquistar a vaga para a qual tinha sido convidada simplesmente por ter um cabelo diferente do padrão solicitado pela empresa.
Uma supervisora de Recursos Humanos entrou em contato com Hellen em busca de uma analista. Ela disse que, já conhecendo o trabalho dela de outro momento, reconhecia que a candidata era perfeita para a vaga.
Elas chegaram a confirmar uma entrevista presencialmente, apenas para firmar detalhes, mas tudo desandou quando a supervisora fez um pedido estranho a Hellen.
“Só tem um detalhe, aqui eles tem uma cultura muito chata. Preciso que você escove seu cabelo no dia do encontro. E como já é certeza que vai dar certo, por ser só uma apresentação, nos dias de trabalho presencial você precisa estar de cabelos escovados”, explicou a supervisora.
“Não aceitam pessoas de cabelos crespos ou cacheados!”, enfatizou.
Nesse momento, Hellen se viu obrigada a recusar a vaga. “Amo meu cabelo, minhas origens e acredito que o cabelo não diferencia no meu profissional”, respondeu.
Ela agradeceu à supervisora por lembrar de seu trabalho, mas manteve sua postura.
“Infelizmente hoje ainda tem muitas empresas com esse tipo de “cultura”, que para mim não passa de preconceito! Tirar meus cachos, meu volume?? Por dinheiro nenhum!”, opinou Hellen sobre o caso que sofreu.
Vitor Martins, que deu luz ao caso, lamentou a situação. “Nesse momento percebo que muitas vezes vivemos em bolhas, pois assim como tem muita empresas dedicadas em fazer Diversidade e Inclusão acontecer, há também várias outras reproduzindo racismo, sexismo”, lamentou.
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