Quando se fala em taxar grandes fortunas, muita gente torce o nariz. Contudo, a jovem Marlene Engelhorn não apenas apoia a ideia como pretende aderir: desde o início desta semana ela tem sido destaque após a notícia de que não aceitará sua parte na herança da família viralizar no Brasil.
Ela é uma das herdeiras da BASF, empresa alemã líder global na área química. Sua parte da fortuna está estimada em 4 bilhões de euros - o equivalente a mais de R$ 20 bilhões.
Contudo, ela afirma que não acha justo deter, sozinha, tamanho montante. Ela disse que ficará com apenas 10% do valor, doando o “restante”.
“Na minha opinião, isso não é uma questão de vontade, mas uma questão de justiça”, disse ela, em maio do ano passado, durante uma entrevista ao portal austríaco Der Standard.
Marlene faz parte de um movimento chamado “Tax me now” (algo como “Taxe-me agora”, em tradução livre), formado por herdeiros que defendem a taxação de grandes fortunas.
Ela não está sozinha nessa: Bill Gates, fundador da Microsoft, também já defendeu a pauta diversas vezes. Ele já disse também que não pretende deixar herança aos filhos, doando toda a sua fortuna estimada em mais de 100 bilhões de dólares - equivalente a mais de R$ 600 bilhões.
“Nas nossas sociedades, a riqueza individual está estruturalmente ligada à pobreza coletiva”, acredita Marlene. Seu dinheiro viria da herança da avó Traudl Engelhorn-Vechiatto, descendente de Friedrich Engelhorn, fundador da BASF em 1865.
“Minha avó me deu uma enorme liberdade de ação, que agora eu gostaria de usar para abrir um debate público. Não trabalhei um dia pelo dinheiro e não pago um centavo de imposto para receber”, disse a jovem.
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