A Polícia Federal indiciou, pela primeira vez, agenciadores suspeitos de atuar na imigração irregular de brasileiros para os Estados Unidos. O caso em questão é a morte do mineiro Ayron Henrickson Fernandes Gonçalves, de 21 anos, morto no ano passado durante a tentativa de atravessar por terra a fronteira entre México e Estados Unidos.
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Os “coiotes”, como são chamados os agenciadores de migração ilegal entre os dois países, deveriam auxiliar o rapaz durante o processo de travessia, mas o abandonaram. É comum que “coiotes” cobrem valores milionários das famílias para acompanhar os imigrantes na fronteira.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a PF está investigando o caso e já chegou a conclusão de que Ayron passou mal durante a travessia. Ele foi encontrado sem vida em 19 de abril do ano passado, seis dias após a tentativa de cruzar a fronteira.
Ele morreu em território mexicano, vítima de insuficiência respiratória aguda, causada por um edema pulmonar. Ayron chegou a ser enterrado como indigente no México. A família do mineiro só obteve a confirmação da morte cinco meses depois, ao ser informada pelo pai de um rapaz mexicano que estava no mesmo grupo e conseguiu completar a travessia.
Para a PF, o indiciamento pode servir como exemplo de punição da promoção ilegal de migração. Os “coiotes” foram acusados de homicídio culposo (sem intenção de matar), promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de menor ao exterior.
Além de Ayron, a polícia descobriu diversos outros casos durante as investigações. Mais de 200 pessoas, incluindo crianças, foram aliciadas durante a travessia.
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