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Administradora abandona vida urbana para se dedicar ao resgate de jumentos no Ceará

Mulher viu sua vida s transformar em 2020 após largar tudo e se dedicar aos cuidados de jumentos em povoado de pescadores

Erica dedica seu tempo para cuidar de 57 jumentos no Ceará
Administradora abandona vida urbana para se dedicar ao resgate de jumentos no Ceará Imagem: reprodução Instagram (@lar_dos_pancinhas)

Muitos profissionais, em determinado momento da carreira, acaba migrando de área, seja por vontade própria ou pelos rumos que a profissão toma. Alguns seguem um caminho parecido, porém dentro da profissão. Já outras pessoas tomam rumos totalmente diferentes e partem para um dever que nunca se imaginaram cumprindo.

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Essa é a história da administradora paulistana Érica de Caria, de 46 anos. Em 2020, a mulher acostumada a viver no centro urbano deixou tudo para trás para viver uma pequena vila de pescadores na zona rural do Ceará.

Chegando em seu novo lar, Érica se deparou com diversos jumentos abandonados nas ruas do povoado e começou sua nova missão: lutar para que os animais tivessem comida e lar.

Mas a história começou um pouco antes disso. A mulher viveu cinco anos em Fortaleza junto com o marido administrando uma pousada, contudo, com a pandemia o negócio acabou fechando. Ela então recebeu uma proposta para trabalhar em uma pousada de luxo na Praia de Caetanos.

Chegando ao local, em 2021, Erica notou a presença de inúmeros jumentos vagando pelas ruas. Segundo matéria da UOL, Caetanos faz parte do município de Amontada e possui aproximadamente 4 mil habitantes. Com os avanços, os moradores locais acabaram substituindo os jumentos, comumente utilizados como carga, por motocicletas e assim os animais acabaram ficando abandonados.

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O casal resolveu procurar uma casa para morar e transformar em pousada e durante esse tempo, Érica foi demitida, em março de 2021. Foi o início de uma nova história com os jumentos.

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Chegada dos jumentos

A nova pousada instala na própria casa abrigava hóspedes apenas aos finais de semana, dias de mais movimento. Em um dia da semana, enquanto trabalhava no quintal, a jovem notou que um filhote de jumento de aproximava com a mãe.

“Na frente da casa tinha um terreno baldio e eles foram para lá. Eu notei que ela mastigava alguma coisa e, quando me aproximei, vi que era papelão. O filhote brincava ao lado dela e ocasionalmente mamava um pouco. Liguei para a minha filha, que estuda veterinária e mora em outro estado, e perguntei o porquê de ela estar fazendo aquilo. E ela me respondeu: ‘É o desespero da fome, mãe’. Aquilo cortou meu coração. Eu precisava fazer alguma coisa.”, explicou a mulher ao site.

Érica então resolveu alimentar a família, que voltou no outro dia trazendo mais membros.

Lar dos Pancinhas

Com a chegada de mais jumentos há cada semana, os cuidados se transformaram em um projeto chamado ‘Lar dos Pancinhas’. Com o crescimento do projeto, que conta atualmente com 57 jumentos resgatados da rua, a idealizadora precisou se mudar para um terreno maior, que além dos jumentos, abriga cães, gatos e um cavalo.

“Depois que perdi minha mãe, fui tomada por uma tristeza muito grande. E os “pancinhas” trouxeram a alegria de volta. Eu os salvei e eles me salvaram. Todos eles têm nomes e alguns já atendem quando eu os chamo”, comenta a ‘mãe’ dos pancinhas.

Erica também explica que precisa de ajuda para continuar tocando o projeto, pois gasta cerca de R$ 16 mil por mês com ração, remédios, um ajudante e outras contas. “Eu não recebo ajuda voluntária de veterinários e nem de governos. Tive que dispensar o único funcionário que eu tinha e quem me ajuda bastante são as crianças da comunidade, apaixonadas pelos ‘pancinhas’”.

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