Um homem que sofria com uma dor abdominal persistente por dois anos deixou médicos chocados quando descobriram que o paciente havia ingerido uma quantidade surpreendente de objetos domésticos, incluindo botões e fones de ouvido. A descoberta aconteceu quando ele buscou ajuda médica no Hospital Moga Medicity, em Moga, Punjab (Índia).
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O paciente, Kuldeep Singh, de 35 anos, procurou o hospital devido a sua dor abdominal crônica e febre alta. Após realizar exames de imagem, os médicos fizeram uma descoberta alarmante. Singh havia ingerido aproximadamente 60 objetos variados, incluindo fechos, correntes, porcas, parafusos, fones de ouvido, alfinetes de segurança, ímãs, botões de camisa e zíperes, além de outros objetos não comestíveis.
Diagnóstico de pica
Os médicos diagnosticaram Singh com pica, palavra de origem espanhola que significa "desejo ou apetite anormal por substâncias não alimentares", e é uma condição de saúde mental em que o paciente "engole compulsivamente objetos que não são alimentos", de acordo com a Cleveland Clinic.
Essa condição é mais comum em crianças pequenas, mulheres grávidas e pessoas com transtornos psiquiátricos, incluindo o transtorno do espectro autista, deficiências intelectuais ou esquizofrenia.
Perigos
Ingerir objetos não comestíveis pode ser prejudicial à saúde, como foi o caso de Singh. O diretor do hospital, Ajmer Singh Kalra, explicou que, devido à ingestão de objetos afiados, o paciente tinha ferimentos graves no estômago, o que levou à necessidade de uma cirurgia que durou mais de três horas e foi realizada pelo cirurgião Anup Handa e pelo gastroenterologista Dr. Vishavnoor Kalra.
Embora a cirurgia tenha sido bem-sucedida, o paciente ainda está em estado crítico e necessita de ventilação mecânica.
Essa história incomum destaca os perigos da condição de pica e ressalta a importância da conscientização sobre transtornos alimentares incomuns. O caso de Singh serve como um lembrete de que ajuda médica e intervenção são fundamentais quando se trata de condições de saúde mental e comportamentos alimentares compulsivos.
Em uma situação igualmente peculiar, uma mulher em Londres gastou mais de US$3,8 mil para satisfazer seu desejo de consumir argila, um comportamento que começou durante sua gravidez, em 2013. Esse caso ilustra ainda mais a complexidade dos transtornos alimentares e a necessidade de compreensão e tratamento adequado, segundo o NYPost.