A genética desempenha um papel fundamental em como nosso corpo responde à alimentação, e um estudo recente liderado pela Universidade de Glasgow revelou descobertas surpreendentes sobre como pequenas mudanças genéticas podem transformar o impacto de dietas, tornando o que é saudável para uns potencialmente prejudicial para outros, diz o Mirror.
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Os pesquisadores, que colaboraram entre a Universidade de Glasgow, a Universidade Monash na Austrália e a Universidade Técnica de Dresden na Alemanha, escolheram um modelo de estudo inesperado: as moscas da fruta.
Embora possa parecer surpreendente, os seres humanos compartilham cerca de 60% de seu DNA com esses insetos, tornando-os excelentes modelos para pesquisas sobre como a dieta afeta a saúde.
O estudo se concentrou nas mitocôndrias, que são as estruturas nas células responsáveis pelo processamento de alimentos. Essas mitocôndrias possuem seu próprio DNA, além do DNA nuclear. A interação entre esses dois tipos de DNA desempenhou um papel surpreendente na forma como as moscas da fruta reagiram a diferentes dietas.
Quando as moscas foram alimentadas com dietas ricas em proteínas ou gorduras, os cientistas descobriram que as combinações variadas de DNA mitocondrial e nuclear alteraram drasticamente os impactos na saúde dos insetos.
Alguns se beneficiaram, enquanto outros enfrentaram consequências fatais, tornando evidente que não existe uma única "dieta ideal" para todos.
O Dr. Adam Dobson, da Universidade de Glasgow, que liderou o estudo, enfatizou: "a maior surpresa foi o quão dramáticos alguns desses efeitos foram. As diferenças genéticas nas moscas que estudamos conseguiram transformar completamente o efeito da mudança na dieta, tornando-a benéfica, tóxica ou até letal. Isso sugere que precisamos entender como as mitocôndrias e outras partes da célula interagem se quisermos melhorar a saúde humana através da personalização da dieta".
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Essa pesquisa, apesar de ser conduzida em moscas da fruta, tem implicações significativas para a compreensão do impacto da dieta humana. O fato de compartilharmos uma parcela significativa de nosso DNA com esses insetos ressalta como somos geneticamente semelhantes em nível celular e metabólico, tornando o estudo desses organismos uma maneira eficaz de desvendar os processos que afetam nossa saúde.
Em resumo, a pesquisa destaca a complexidade da relação entre genética e dieta, desafiando a noção de que existe uma única dieta universalmente saudável. À medida que a ciência avança, a personalização da dieta com base nas diferenças genéticas pode se tornar uma abordagem fundamental para melhorar a saúde humana.