Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC) realizaram uma descoberta promissora na luta contra o Aedes Aegypti, o principal vetor dos vírus da dengue, chikungunya e zika. Três espécies de fungos nativos da Amazônia mostraram-se capazes de combater eficazmente as larvas do mosquito, e a notícia está trazendo esperança na batalha contra essas doenças debilitantes.
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A pesquisa, liderada pelo engenheiro florestal e biólogo Gleison Rafael Mendonça, resultou na identificação das espécies Beauveria sp, Metarhizium anisopliae e M. anisopliae como as mais eficazes no extermínio das larvas do A. aegypti. Estes fungos conseguiram eliminar 100% das larvas em apenas três dias quando testados em condições semelhantes às do ambiente natural do mosquito.
Essa descoberta, publicada na "Brazilian Journal of Biology", é particularmente significativa, considerando o crescente número de casos de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti na região.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que aproximadamente 500 milhões de pessoas nas Américas estão em risco de contrair dengue.
Mendonça está trabalhando no desenvolvimento de um inseticida natural baseado nesses fungos da Amazônia. Além de ser mais eficaz na região Norte do Brasil, essa solução terá um baixo impacto ambiental, uma vez que não contaminará a água, ao contrário de muitos inseticidas convencionais.
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Uma vantagem adicional é a adaptação desses microrganismos nativos à região amazônica. Mendonça explica que "priorizar o uso de um produto desenvolvido a partir de estirpes nativas de outras regiões pode impedir a ação eficaz dele por aqui porque as condições climáticas são diferentes". Portanto, a utilização desses fungos nativos pode ser a chave para combater eficazmente o Aedes Aegypti na região.
Com a crescente preocupação com a saúde pública devido à proliferação do mosquito e as doenças que ele transmite, essa descoberta oferece uma nova esperança de controle efetivo e sustentável desses insetos na Amazônia e, potencialmente, em outras áreas onde essas doenças são endêmicas, segundo o Metrópoles.