Uma pesquisa conjunta da Universidade de Maryland (UMD) e dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) desvendou o mistério da cor amarela da urina.
ANÚNCIO
Publicado na 'Nature Microbiology', o estudo identificou a enzima bilirrubina redutase como responsável pela tonalidade, abrindo portas para futuras investigações sobre o microbioma intestinal.
A enzima e sua transformação
A bilirrubina, resultante da quebra das hemácias no fígado, é normalmente secretada no intestino. A enzima bilirrubina redutase, agora identificada, converte a bilirrubina em urobilinogênio, um subproduto incolor. Esse composto, ao se degradar, forma a urobilina, que dá a cor amarela à urina.
Após 120 dias de vida, as hemácias envelhecidas são degradadas no fígado, produzindo bilirrubina. O excesso de absorção dessa substância causa icterícia, amarelamento da pele e olhos. A bilirrubina, ao chegar no intestino, é transformada pela flora bacteriana, revelando o segredo da cor do xixi.
Com tecnologias de sequenciamento genômico, os pesquisadores compararam genomas de bactérias intestinais humanas capazes de converter bilirrubina. Identificaram o gene responsável pela bilirrubina redutase, presente no filo bacteriano Firmicutes, parte crucial da flora intestinal humana.
Amostragem genética
A equipe analisou geneticamente microbiomas intestinais de 1.801 adultos saudáveis, confirmando a presença do gene da bilirrubina redutase em 99,9% da população. Entretanto, a prevalência foi menor em adultos com doença inflamatória intestinal e em bebês com risco de icterícia.
Essa revelação, além de responder à curiosidade sobre a cor do xixi, abre portas para compreender melhor doenças relacionadas ao microbioma intestinal, promovendo avanços na área da saúde.