A solidão, declarada como uma "crise de saúde pública subestimada" pelo cirurgião geral Dr. Vivek Murthy, revela-se agora como uma ameaça significativa à saúde cerebral, de acordo com um estudo recente.
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Um estudo da Universidade de Kyushu, no Japão, analisou 8.896 idosos, correlacionando sua saúde cerebral com a frequência de interações sociais. Os resultados destacam uma ligação clara entre a solidão e o tamanho do cérebro.
Os participantes com menos contatos sociais apresentaram volumes cerebrais significativamente menores, especialmente nas áreas do lobo temporal, lobo occipital, cíngulo, hipocampo e amígdala. Além disso, os isolados socialmente mostraram mais lesões na substância branca do cérebro.
"O isolamento social tem sido associado a mortalidade prematura, aumento do risco de doença coronariana e acidente vascular cerebral, além de sintomas depressivos e risco de demência", afirmam as doutoras Alexa Walter e Danielle Sandsmark, da Universidade da Pensilvânia.
Os resultados desse estudo somam-se a uma crescente quantidade de pesquisas que confirmam a solidão como um sério problema de saúde pública global. Estudos anteriores já vincularam a solidão a doenças cardiovasculares, impacto no câncer e até mesmo taxas mais altas de mortalidade em diabéticos.
Chamado à ação
Diante dos impactos significativos da solidão, o Dr. Vivek Murthy destaca a necessidade de priorizar as conexões sociais da mesma forma que outras questões críticas de saúde pública. "Juntos, podemos construir um país mais saudável, mais resiliente, menos solitário e mais conectado", afirma o cirurgião geral.
A pesquisa, embora forneça um instantâneo no tempo, sugere que a atenção à saúde mental e social pode ser crucial para manter um cérebro saudável. A mensagem é clara: as conexões sociais são essenciais, e a solidão pode ter um impacto profundo na saúde cerebral e, por extensão, na qualidade de vida.