José Antunes Rodrigues, aos 90 anos, ostenta o título de professor mais antigo em atividade na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, onde passou 70 anos entre estudo e trabalho. Sua longevidade acadêmica se equipara à própria universidade, que celebrou seus 90 anos em janeiro. Em uma entrevista exclusiva ao g1, Rodrigues compartilhou seu segredo, ressaltando a importância do amor e dedicação à profissão.
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Trajetória de um cirurgião apaixonado pela ciência
Originário de Goiânia (GO), Rodrigues ingressou no curso de medicina na USP de Ribeirão em 1954, com o sonho de tornar-se cirurgião. Após concluir a graduação em 1959, foi contratado como instrutor do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina, onde permanece até hoje. Sua jornada incluiu a direção do curso de 1993 a 1997, destacando-se na anatomia, fisiologia e bioquímica, o que o conduziu à pesquisa sobre o papel do sistema nervoso no controle do equilíbrio hidromineral.
Motivação além da aposentadoria
Mesmo aposentado, Rodrigues frequenta a universidade pelo menos três vezes por semana para ministrar aulas e dar continuidade a experimentos. O segredo para manter-se ativo após tanto tempo é simples, segundo o professor: escolher algo que se ama. Destacando a importância de um mentor na carreira científica, ele enfatiza a necessidade de aplicar o máximo possível no tempo disponível.
Transformações acadêmicas ao longo das décadas
Com 70 anos de vivência na USP, Rodrigues testemunhou transformações acadêmicas significativas. Destaca dois momentos marcantes: o primeiro, no final da década de 1960, quando os departamentos foram substituídos por disciplinas; o segundo, na década de 1990, visando melhorar a interação entre as disciplinas. Essas mudanças, segundo o professor, alteraram o enfoque acadêmico, buscando uma abordagem mais integrada.
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Projeções para o futuro: USP internacionalizada
Com base em sua experiência, Rodrigues projeta que a USP ganhará destaque internacional nos próximos anos, consolidando parcerias com universidades da Europa, Estados Unidos e Canadá. Destaca o comprometimento dos docentes com seus deveres e a crescente internacionalização da instituição.
Por fim, Rodrigues enfatiza a importância do reconhecimento da sociedade pelo trabalho dos cientistas, ilustrando com a visibilidade da universidade durante a pandemia de Covid-19. Para ele, a compreensão da sociedade sobre a relevância da ciência é crucial para a manutenção da sobrevivência humana.
Fonte: G1