Uma paciente identificada como Nora Angélica foi a um hospital público localizado na colônia Juárez, na prefeitura de Cuauhtémoc, na Cidade do México (CDMX) para fazer uma biópsia. No entanto, o que deveria ter sido um procedimento de rotina acabou se tornando uma tragédia, levando a mulher à amputação de uma mama.
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Em que hospital público ocorreu o caso?
Durante a intervenção, a médica identificada como Beatriz Adriana Alcántara Vargas, supostamente vinculada ao Centro Médico Nacional Siglo XXI do Instituto Mexicano del Seguro Social (IMSS), supostamente injetou formol, uma substância química tóxica usada para a conservação de cadáveres, em vez de anestesia na paciente.
A alegada negligência médica cometida por Beatriz Adriana causou danos irreversíveis no tecido mamário de Nora Angélica, resultando na lamentável amputação de seu seio, de acordo com informações compartilhadas pelo jornalista Antoniao Nieto (Siete Letras) nas redes sociais.
Diante da situação devastadora, Nora Angélica apresentou uma denúncia formal à Procuradoria-Geral da República (FGR) para que a justiça seja feita. Seu caso gerou grande indignação e preocupação pela grave falta de cuidado e profissionalismo em um ambiente tão crítico como o da saúde nos serviços médicos públicos do país.
O IMSS descarta injeção de formol
O Instituto Mexicano do Seguro Social (IMSS) informou que não se tratou de negligência, pois até o momento sabe-se que a paciente teve uma reação negativa ao anestésico, e para evitar maiores danos ao corpo da mulher, foi determinada a realização de uma mastectomia total.
No entanto, "o hospital está conduzindo uma investigação sobre as possíveis causas que geraram as reações na glândula mamária. Também colaborará com as autoridades que assim o exigirem para esclarecer as responsabilidades".
Além disso, um comitê multidisciplinar decidiu realizar a reconstrução bilateral das glândulas mamárias, decisão que foi comunicada à paciente.
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A exposição ao formaldeído pode causar leucemia mieloide e câncer.
O formaldeído, comumente conhecido como formol, é uma substância química que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INC) dos Estados Unidos, é utilizada na fabricação de materiais e na produção de muitos produtos domésticos. Além disso, é frequentemente usada como fungicida, germicida e desinfetante industrial, e como conservante em depósitos de corpos e laboratórios médicos.
O INC assegura que uma forte exposição a esta substância tóxica, como no caso de Nora Angélica, pode provocar leucemia mieloide, câncer e outras doenças graves que colocam em risco a vida e a saúde das pessoas.
A punição por negligência médica pode incluir desde multas até prisão.
Na Cidade do México, a pena por negligência médica pode variar dependendo da gravidade do caso e das circunstâncias específicas, e pode ser sancionada tanto no âmbito civil quanto no penal. No âmbito civil, o profissional de saúde pode ser processado por danos e prejuízos, o que pode resultar em uma compensação financeira para a vítima. O valor a ser pago dependerá da extensão do dano e das perdas sofridas pelo paciente.
No âmbito penal, se considerada grave e se for demonstrada a imprudência, imperícia, negligência ou inobservância das normas e deveres profissionais, o médico pode enfrentar acusação criminal. As penas podem variar desde multas até prisão.
De acordo com o Código Penal da Cidade do México, a pena por negligência médica pode variar, mas em casos graves, pode chegar até seis anos de prisão, além da suspensão do exercício profissional por um período determinado.
A negligência médica não é apenas um crime, mas também uma grave violação dos direitos humanos das pessoas, por isso o caso de Nora Angélica é um triste lembrete da importância de garantir a segurança e qualidade dos serviços médicos no país.