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Conheça a jornada da família que ficou à deriva por 38 dias no oceano Pacífico

Eles superaram condições extremas até serem resgatados por um navio japonês

Foto: Douglas Robertson
Foto: Douglas Robertson

Em 1972, uma família britânica enfrentou um dos maiores desafios de sua vida ao ficar à deriva por 38 dias no vasto Oceano Pacífico. O que começou como um sonho de aventura transformou-se em um pesadelo de sobrevivência. De acordo com o G1, a jornada começou quando o ex-capitão da marinha mercante, Dougal Robertson, decidiu, com sua esposa Lyn, vender uma fazenda em que vivia na Inglaterra para comprar um veleiro e dar a volta ao mundo com seus filhos.

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O plano foi meticulosamente traçado ao longo de três anos. A família, composta por Dougal, Lyn e seus quatro filhos, zarpou em janeiro de 1971 a bordo da escola Lucette. O início da viagem foi marcado por paradas em Lisboa, Tenerife e diversos portos caribenhos. No entanto, 18 meses após o início da viagem, uma sequência de eventos desafortunados colocou todos em perigo. Próximo às Ilhas Galápagos, o barco foi violentamente abalroado por orcas, causando danos irreparáveis ao embarque e forçando a família a abandonar o veleiro.

Luta pela sobrevivência no mar

Sem outra opção, os Robertson e o jovem Robin Williams, que haviam se juntado à tripulação, se amontoaram em um bote inflável e em um pequeno barco de fibra de vidro, levando apenas o essencial. Durante os primeiros dias, as condições eram extremamente precárias, com escassez de água potável e alimentos. A família sobreviveu inicialmente com peixes-voadores que caíram no bote e, mais tarde, passaram a capturar tartarugas marinhas para se alimentar. As tartarugas, além de fornecerem carne, também eram uma fonte vital de líquido, pois seu sangue poderia ser ingerido em substituição à água.

A fome, no entanto, não era o único problema. A sede e o cansaço extremo também ameaçavam a vida de todos. Em um momento de desespero, Lyn teve uma ideia criativa: usar um enema improvisado para aproveitar a água suja acumulada no fundo do barco, filtrando-a diretamente pelo intestino, uma solução engenhosa que contribuiu para a sobrevivência do grupo.

Resgate e retorno à vida normal

A espécie começou a mudar quando, no 38º dia à deriva, um navio japonês avistou o grupo e os resgatou. O barco Toka Maru II estava a caminho do Canal do Panamá quando notou o sinalizador de emergência disparado por Dougal. O resgate ocorreu a cerca de 500 km da costa mais próxima. Ao chegar ao Panamá, a família foi recebida como heróis, apesar de estarem exaustos e anêmicos. Surpreendentemente, nenhum deles precisou de tratamento médico sério, o que tornou a história ainda mais extraordinária.

Após o resgate, Douglas, um dos filhos, decidiu seguir a carreira na marinha, enquanto o resto da família tentava retomar a vida normal. Anos depois, ele escreveu um livro detalhando a incrível experiência de sobrevivência no Pacífico, uma história que até hoje inspira pela resiliência e criatividade demonstradas em situações extremas.

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