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Primeiro elefante-marinho nascido no Brasil é deixado pela mãe e seguirá viagem até a Patagônia

Nascido em Santa Catarina, o mamífero enfrentará uma jornada de 3 mil km para se tornar independente

Foto: Daniel De Granville/Arquivo pessoal
Foto: Daniel De Granville/Arquivo pessoal

Um filhote de elefante-marinho nasceu na praia de Siriú, em Santa Catarina, o primeiro registrado na costa brasileira, segundo o Instituto Australis. A mãe do animal ficou ao lado dele por algumas semanas, o suficiente para amamentá-lo e garantir que ganhasse peso, mas partiu na última quinta-feira, deixando-o para iniciar a fase de adaptação e independência. De acordo com o G1, a jornada do jovem elefante-marinho será desafiadora: ele deve ficar na região entre um e três meses, período em que aprenderá a nadar e caçar sozinho antes de migrar para a Patagônia, onde estão as colônias reprodutivas mais próximas.

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Durante a permanência em território catarinense, o filhote está sob vigilância contínua de uma equipe de mais de 50 pessoas, entre voluntários e pesquisadores do projeto de monitoramento de praias. A diretora de pesquisa do projeto, bióloga Karina Groch, ressalta a importância de deixar o animal em paz durante seu descanso nas praias. Segundo ela, esses momentos são fundamentais para que ele se recupere e ganhe força para a longa viagem de aproximadamente 3 mil quilômetros até a Argentina.

Adaptação e monitoramento constante

As estimativas apontam que o filhote, que nasceu com cerca de 40 quilos e 1,30 metro de comprimento, praticamente dobrou de tamanho e peso desde o nascimento, resultado do período de amamentação. De acordo com Leandro Ciotti, analista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a adaptação do filhote está acontecendo de maneira próxima ao comportamento natural da espécie, mesmo ele não tendo nascido em uma colônia reprodutiva.

A espécie Mirounga leonina é típica do Atlântico Sul e das regiões próximas à Antártica. Esses elefantes-marinhos, quando não estão no mar, são conhecidos por jogar areia ou pedras úmidas sobre o corpo para regular a temperatura em dias mais quentes. Adultos, podem alcançar até 6 metros de comprimento e pesar até 5 toneladas. Este filhote, ainda em desenvolvimento, se alimentará de peixes e lulas à medida que aprende a caçar sozinho. Ele representa um marco para a observação e o estudo da vida marinha no Brasil.

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