Lucien Cox, um ginecologista de 75 anos de Los Angeles, EUA, teve sua licença médica revogada após uma polêmica envolvendo aconselhamento religioso. De acordo com o Extra, em uma consulta de rotina em setembro de 2021, o médico abordou questões religiosas com uma paciente de 63 anos, que revelou ter feito um aborto em 1987. O caso resultou em uma queixa no Conselho Médico da Califórnia, levando à investigação e à suspensão de seu direito de praticar medicina.
ANÚNCIO
Durante a consulta, uma assistente fez perguntas prévias, incluindo se a paciente já havia passado por um aborto. Ao assumir o atendimento, Cox pressionou a mulher para falar sobre o tema e perguntou se ela “tinha Jesus em sua vida”. Ao saber que a paciente não era religiosa, ele teria questionado se ela gostaria de “ir para o céu e evitar o diabo”, enquanto afirmava que “o diabo está governando o mundo”. Por cerca de 15 minutos, o médico teria feito comentários de cunho religioso e, ao final, sugeriu um estudo bíblico, o que ele descreveu como um “programa de aconselhamento para mulheres com sentimentos de culpa após um aborto”.
Após a consulta, a paciente apresentou uma reclamação ao conselho de medicina. Como resultado da denúncia, o conselho iniciou uma investigação, que descobriu um segundo caso. Em 2014, outra mulher já havia relatado ao conselho que Cox tentou realizar um exame ginecológico inadequado sem aviso prévio, o que gerou desconforto.
O advogado de Cox afirmou que o médico é profundamente religioso e que apenas sugeriu o estudo bíblico como um recurso para a paciente, negando que ele tenha feito declarações sobre o “diabo” ou sobre o “paraíso”. Segundo o defensor, Cox tem um histórico de atendimento de qualidade, reconhecido pela comunidade de Los Angeles, e lamenta a revogação de sua licença, considerando-a injusta.