A ilha de Guam, um território dos Estados Unidos situado no Pacífico, enfrenta um problema ambiental devastador. Com cerca de 2 milhões de cobras da espécie Boiga irregularis, introduzidas acidentalmente, o ecossistema local foi severamente impactado.
De acordo com o site UOL, a serpente, originária da Austrália e Papua Nova Guiné, se tornou uma espécie invasora, dizimando a fauna nativa e colocando a biodiversidade em risco.
Uma das maiores vítimas desse desequilíbrio foi o martim-pescador, conhecido localmente como sihek. Essa ave, extinta na ilha desde 1988, teve 29 exemplares resgatados e levados para cativeiro nos Estados Unidos.
Recentemente, cientistas decidiram reintroduzir seis desses pássaros no Atol de Palmyra, uma área livre do predador. Cada ave foi equipada com chips para monitoramento, permitindo acompanhar sua adaptação e possíveis reproduções.
LEIA TAMBÉM: Cobra invade suíte de noiva durante preparativos para casamento em Angra dos Reis
Desequilíbrio e desafios do controle das serpentes
A ausência de predadores naturais, como as aves extintas, gerou um descontrole na reprodução de aranhas-banana, outro habitante da ilha. Com a falta de predadores, esses aracnídeos construíram teias gigantescas, dominando grande parte das florestas.
Ao longo das décadas, várias tentativas foram feitas para conter a propagação das cobras, incluindo o uso de armadilhas, repelentes químicos e até vírus como armas biológicas. No entanto, nenhuma dessas iniciativas foi eficaz em larga escala. Recentemente, uma abordagem inovadora envolvendo paracetamol mostrou resultados promissores.
Uma dose equivalente a 1/5 de um comprimido humano se revelou letal para as cobras em testes controlados. Apesar disso, os especialistas alertam que a aplicação em toda a floresta seria inviável devido ao número expressivo de serpentes.
Ecossistema em risco
Além da fauna, a flora de Guam também enfrenta sérias ameaças. Sem as aves que espalhavam sementes, a regeneração da vegetação foi prejudicada, colocando em risco o futuro da floresta tropical.
Cientistas estão trabalhando contra o tempo para desenvolver soluções sustentáveis que equilibrem o ecossistema e protejam a biodiversidade.
Enquanto isso, esforços para reintroduzir espécies nativas, como o sihek, continuam. Essas iniciativas trazem esperança de que a ilha possa recuperar parte do equilíbrio perdido.