Doideira! A gestão da política econômica do governo Dilma II está algo muito difícil de entender, pelo menos para as pessoas que prezam pela lógica do bom senso. Na virada deste mês o governo apresentou à Câmara dos Deputados um planejamento que mostrava um déficit planejado, um megarombo das despesas governamentais sobre suas receitas. Sim: um “déficit planejado”! Imagine o trabalhador que ganha bem, que está gastando demais e que, ao invés de cortar suas despesas, envia ao RH da empresa uma cartinha, intimando: “Tenho déficit. Não vou cortar. Vire-se. Suba meu salário. Cubra o rombo”.
Cara de pau! Propor um “rombo planejado”, inclusive depois de ter tentado ressuscitar a CPMF?? A sociedade brasileira não entendeu nada desta atitude insandecida da equipe econômica de Dilma II. Aliás, entendeu sim: traduziu a proposta como um misto de incompetência e descaramento. Duas semanas depois vem a mesma equipe reapresentar a proposta com superávit, mas novamente propondo desenterrar o tributo sobre movimentações financeiras, com alíquota de 0,2%. “Apenas dois milésimos”, como gentilmente nos acalmou o Ministro Levy… mas que irão tungar R$ 32 bi a mais do contribuinte!
Circulou, pagou! Ironicamente chamada de Contribuição Provisória, a CPMF incide não apenas sobre cheques (que pouca gente usa, hoje), mas também sobre o cartão de débito, de crédito, sobre todos os pagamentos e transferências eletrônicas, até sobre saques em dinheiro. A CPMF papa toda grana que se movimenta! Diante disto, sr. Ministro da Fazenda, eu tenho uma contra-proposta: seu governo deixa comigo “só” o que eu pago de impostos (diretos + indiretos), e eu lhes entrego minha renda “livre”. É pegar ou largar! Topado? Vamos nessa? Mas daí tem de parar de chorar que está ganhando pouco, Ok?!
Economista com MBA em Finanças (USP), orientador de famílias e educador em empresas (Metodologia PROF® / UNICAMP), é comentarista econômico do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV. Autor de “Os 10 Mandamentos da Prosperidade”, dirige o site www.oplanodavirada.com.br.