Acho que ter gratidão faz parte do caráter de qualquer um. Numa carreira pontuada por críticas boas e ruins (ninguém gosta delas), montando uma vida no Lego das idas e vindas nos quilômetros de ônibus de Ribeirão Preto para São Paulo só com o dinheiro da passagem, para quase todas emissoras de São Paulo, só não trabalhei no SBT e Gazeta. Fui o palhaço no “Globo Esporte” trazido do interior pelo Marco Mora e pelo Boni, ao lado do genial Márcio Canuto e num programa apresentado pelo melhor locutor de rádio de todos os tempos, Osmar Santos.
Fui levado do rádio para a TV pelo Oliveira Andrade. Depois da Globo, caí na Band do Luciano do Vale e do monstro Silvio Luiz. Meu irmão Ely Coimbra, Juarez Soares, Elia Jr., tanta gente boa.
Depois, a Record, com feras como o saudoso do Mario Sérgio. Aí o “Cidade Alerta”, no qual ganhei prestígio, dinheiro –e depois só perdi dinheiro, porque o carinho do telespectador ficou. Sou grato à Record por essa experiência que me ensinou que perder milhões não me matou e o que não te mata te fortalece, como dizia o filósofo.
Foi um longo caminho, em que cansei de fazer o programa que faço, porque cansei de me indignar contra uma classe política que se esquece do povo depois do voto e o abandona à própria sorte da falta de saúde, segurança e educação.
Sou grato também à Rede TV!, na qual tive um curto sucesso ao lado do saudoso Marcelo Resende e do Kajuru.
Claro que também sou muito grato à Band. Sexta-feira, após um dia cansativo depois do programa que adoro fazer na Rádio Bandeirantes e do Brasil Urgente, um jantar com o Frans, abri o UOL e surpreso li um artigo de um cara que admiro, Chico Barney, citando notícia do meu irmão Flávio Ricco sobre uma oportunidade de um programa de domingo.
Conhecendo minha história e tocando em frente, chorei com palavras tão carinhosas espalhadas em uma das mais gentis críticas ao meu trabalho. Como sou grato por isto, Chico!!! Do alto dos meus 60 anos, 45 de carreira, obrigado.