O francês Patrick Modiano, de 69 anos, é o 111º Nobel de Literatura. Segundo anúncio realizado nesta quinta-feira pela Academia Sueca, responsável pelo prêmio, o escritor foi laureado “pela arte da memória com a qual ele evocou os destinos humanos mais inatingíveis e desvendou a vida do mundo da ocupação.”
O comunicado se refere ao período em que o exército alemão sitiou a capital francesa durante a Segunda Guerra Mundial. O conflito é uma constante nos romances do escritor, nos quais a cidade de Paris costuma exercer papel fundamental.
Seu primeiro livro, “La Place de l’Etoile”, foi lançado em 1968. Dez anos depois, Modiano foi agraciado com o prestigiado Goncourt, mais importante prêmio literário da língua francesa. “Pour que tu ne te perdes pas dans le quartier” é seu romance mais recente, publicado este ano.
O escritor assinou mais de 40 livros – em geral narrativas curtas em torno de temas como memória, esquecimento, identidade e culpa –, mas apenas 7 deles chegaram ao Brasil, sendo que 6 estão fora do catálogo. São títulos como “Ronda da Noite”, sobre um homem que trabalha ao mesmo tempo para nazistas da ocupação e integrantes da resistência francesa, e “Uma Rua de Roma”, que lhe valeu o Goncourt. Sua única obra presente hoje nas livrarias é o infantojuvenil “Filomena Firmeza”, lançado este ano pela Cosac Naify.
Na última semana, Modiano figurou entre os favoritos ao título pela bolsa de apostas Ladbrokes ao lado do japonês Haruki Murakami e do queniano Ngugi wa Thiong’o. Essa é a 15ª vez que um francês leva o Nobel de Literatura. Pelo prêmio, ele vai receber 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,65 milhões).