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Hugh Laurie e Tom Hiddleston embarcam em trama de espionagem em minissérie

Primeiro romance escrito por John Le Carré após o fim da Guerra Fria, “O Gerente Noturno” (1993) apresentava um tipo de história que pedia para ser levada ao cinema.

Os direitos foram comprados pela Paramout, mas o projeto nunca vingou. “É um livro enorme, que se passa em vários continentes, com muitos personagens, cada um com uma história bem desenvolvida. Apertar isso em duas horas era muito difícil.”, explica Simon Cornwell, filho de John Le Carré.

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Passados 20 anos, surgiu a oportunidade de levar à história a TV em uma parceria da BBC com a AMC, em uma minissérie de 6 episódios de 1 hora estrelada por Tom Hiddleston e Hugh Laurie e dirigida por Susanne Bier. “Com orçamentos bem maiores indo para TV e a reunião de grandes talentos é possível fazer uma história dessa escala sem comprometimentos”, completa Cornwell, um dos produtores da minissérie.

Em “The Night Manager”, que estreia nesta segunda-feira (22), às 22h30, no canal pago AMC, os atores encarnam, respectivamente, Jonathan Pine e Richard Roper. O primeiro, um ex-soldado britânico, atua como gerente noturno de hotéis de luxo. Já o segundo é um perigoso traficante de armas.

O destino dos dois se cruza no Cairo, em plena Primavera Árabe, quando Pine se envolve com a amante de um dos compradores de Roper e descobre os negócios escusos dele. Na tentativa de fazer a coisa certa, o agente acaba levando a mulher à morte, mas vai ter a oportunidade de vingá-la quatro anos depois, quando volta a encontrar o traficante e, apoiado pela oficial Angela Burr (Olivia Colman), vai se transformar em um criminoso para conquistar a confiança do vilão e tentar desbaratar seus negócios.

A principal mudança do livro para a série foi a transformação do bruto agente Burr em uma mulher. “Foi uma forma de atualizar o romance para os dias de hoje. A sociedade mudou muito nesses 25 anos. Faz sentido ter uma mulher no topo do serviço de inteligência britânico. O personagem original era muito orientado pela moral e lidava com ambiguidades com clareza e o coração. Fazia sentido ter esse coração moral interpretado por uma mulher, até por ela estar grávida. Metaforicamente, ela está fazendo a coisa certa também para o futuro que carrega.”

O coração dramáico da trama, no entanto, está na tensa relação entre Pine e Roper, aumentando a responsabilidade na escalação dos papéis. “Hugh se apaixonou pelo livro desde que foi publicado. Talvez, naquela época, ele interpretasse Pine, mas agora ele é Roper. Tom Hiddleston pareceu um par natural. Os dois partilham algumas características e, de certa forma, Roper vê Pine como uma versão mais jovem dele. É uma combinação interessante”, afirma o produtor.

Situada originalmente em meio à guerra às drogas na América Latina, a trama se atualizou para o Oriente Médio. Apesar dessa escolha, a ideia não era necessariamente fazer comentários políticos sobre o assunto.

“O tipo de mal que Roper perpetua ainda existe. Se há uma guerra, ele vai tentar vender armas para os dois lados. Para nós era mais interessante abordá-lo do ponto de vista humano, e não político. Mas, claro, esse é um tema politicamente relevante. Todo dia você lê no jornal sobre pessoas se comportando como Roper”, conclui o executivo, para quem trabalhar ao lado do pai na minissérie foi “um grande privilégio e uma alegria”. “Todo parente é diferente e esquisito, mas família é algo maravilhoso”, conclui.

Veja o trailer:

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